06/07/2023
Ícone das artes cênicas brasileiras morre após incêndio em seu apartamento
O dramaturgo, diretor, ator e encenador José Celso Martinez Corrêa morreu nesta quinta-feira, dia 6, em São Paulo, aos 86 anos. A informação foi confirmada pelo Teatro Oficina, companhia fundada por Zé Celso em 1958.
Zé Celso tinha sido internado internado na última terça-feira, dia 4, na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital das Clínicas após um incêndio em seu apartamento. Ele teve 53% do corpo atingido por queimaduras, ficou sedado, entubado e com ventilação mecânica.
Zé Celso, um revolucionário
José Celso Martinez Corrêa nasceu em Araraquara em 1937. Em 1955 entrou para o curso da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, profissão que nunca exerceu. Entretanto, no período em que esteve no Largo São Francisco formou o Teatro Oficina e foi ali que seus primeiros textos Vento Forte para Papagaio Subir (1958) e A Incubadeira (1959), foram encenados.
No início da década de 60, ele se profissionaliza e a sede do grupo é transferida para o teatro da Rua Jaceguai, onde três anos depois Zé Celso dirigia Pequenos Burgueses, de Máximo Gorki, peça de sucesso que ganhou diversos prêmios, mas que foi censurada no ano seguinte, quando o Brasil mergulhou na ditadura militar. Após um incêndio, o teatro da Rua Jaceguai foi reformado e a primeira montagem dessa nova fase foi O Rei da Vela, em 1967, com base num texto escrito por Oswald de Andrade na década de 30, também encenada por Zé Celso.
Uma das características dos espetáculos de Zé Celso é a encenação para o grande público, de graça, ao ar livre ou em grandes espaços. Exemplo desse formato é As Dionisíacas, conjunto de quatro peças que percorreu sete capitais ao longo de 2010. As apresentações aconteciam sempre em estádios, com entrada franca.
Foto: Reprodução Instagram Teatro Oficina Uzyna Uzona
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