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Resumo da Semana – Retirada de estímulos monetários nos Estados Unidos e PEC dos precatórios

05/11/2021


Por Cristian Rafael Pelliza (*)



A semana no Brasil foi marcada ainda pelos ruídos fiscais que se arrastam já a algumas semanas. Relembrando, ventilou-se sobre o rompimento do teto dos gastos públicos, como alternativa para a implementação do novo Bolsa Família (Auxílio Brasil) no valor de 400 reais por usuário. A possibilidade de rompimento no teto acabou gerando uma desconfiança muito forte no mercado brasileiro, com queda na bolsa, alta nos juros e elevação na taxa de câmbio.


Ao longo dos últimos dias, a alternativa ao rompimento do teto se tornou a PEC dos precatórios, proposta de emenda à constituição que permitiria ao governo parcelar aproximadamente metade do gasto projetado com precatórios em 2022, além de alterar o indexador do teto para o ano que vem. Se aprovadas as medidas, haveria uma folga de aproximadamente 100 bilhões de reais entre esse ano e o ano que vêm e acomodaria o novo Auxílio Brasil. Ao longo da semana tivemos a primeira votação na câmara da PEC, com aprovação em primeiro turno. Os próximos passos são as votações dos destaques, a votação no segundo turno na câmara para então prosseguir ao senado. Teremos mais capítulos da novela fiscal nos próximos dias, embora ao longo dos últimos dias da semana os mercados tenham se mostrado mais amenos.


No cenário internacional, o comitê de política monetária (FOMC) do Banco Central Americano (FED) enfim anunciou a redução dos estímulos monetários, que hoje consistem na injeção mensal de 120 bilhões de dólares via compra de títulos. A redução começa entre novembro e dezembro na casa de 15 bilhões ao mês, com projeção de zerar a compra de títulos até junho de 2022. Sobre os juros, o FED manteve a taxa entre 0% e 0.25% e a perspectiva de aumento ainda segue distante, para o segundo semestre de 2022 ou primeiro semestre de 2023. A questão da redução dos estímulos segue em linha com um cenário de inflação resistente e recuperação econômica. Os pedidos iniciais de seguro-desemprego nos Estados Unidos na última semana atingiram 269 mil, mais próximos do padrão pré-pandemia.


Ainda no cenário internacional segue o imbróglio sobre os preços do petróleo, que aceleraram muito nos últimos meses. O que se aponta é para um descompasso entre demanda e oferta. A demanda sofreu pressões, inclusive pela crise energética do gás natural na Europa e do carvão na China, ao mesmo tempo em que os países exportadores de petróleo (OPEP) têm mantido a oferta restrita. As negociações sobre uma expansão mais forte na oferta seguem, com a indústria em países como Alemanha e China tendo sofrido e mesmo no Brasil tenhamos visto uma alta expressiva nos

combustíveis, pressionando inclusive nossos índices de preços.


Para a semana que vêm teremos como mais relevante no Brasil a publicação do IPCA, nosso índice oficial de inflação, para o mês de outubro. Nos Estados Unidos e na Alemanha também se tem como destaque a divulgação do Índice de preços ao consumidor. Na China, além de publicação do índice de preços seguem às atenções para a produção industrial.


(*) Cristian Rafael Pelizza é mestre e doutor em Economia Aplicada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), graduado em Economia pela Unochapecó e atualmente é economista e Head das áreas de Renda Fixa e Fundos de Investimento na Nippur Finance. Ele é professor de economia, com ênfase em Econometria, Microeconomia e Mercado Financeiro na Unochapecó.


Saiba mais acesse: [https://www.nippur.com.br/].


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