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Resumo da Semana – Inflação pressiona ao redor do mundo

12/11/2021


Por Cristian Rafael Pelliza (*)



A semana nos mercados brasileiros foi marcada por dois eventos principais e destoantes: a aprovação na câmara dos deputados da PEC dos precatórios, que agora segue para o senado, e a publicação do índice oficial de inflação (IPCA) para o mês de outubro. A aprovação da PEC trouxe certo alívio para os mercados, já que retirou, em partes, o peso sobre o lado fiscal brasileiro. Caso a PEC seja efetivamente implementada, o espaço fiscal para o ano que vêm torna-se maior, podendo assim o governo expandir o Auxílio Brasil sem romper o teto dos gastos públicos.


Com o alívio vindo do lado fiscal, a semana foi positiva para a bolsa, associada ainda a um recuo no dólar e nas taxas de juros. Por outro lado, a divulgação do IPCA de outubro em 1,25% trouxe certa apreensão, já que o índice veio acima do esperado pelo mercado. Com isso, já se observa uma revisão nas previsões, com a inflação brasileira podendo chegar à 10% ainda em 2021. Esse indicador também eleva a responsabilidade sobre o Banco Central, com possibilidade de aumentos ainda maiores na Selic já na próxima reunião.


No cenário externo, a inflação também foi tema recorrente. Nos Estados Unidos o índice de preços ao consumidor (IPC) acelerou 0,9% em outubro, também acima do esperado pelo mercado. Mesmo o IPC núcleo, que desconsidera as variações em bens com comportamento sazonal, como energia e alimentos, acelerou 0,6%. Assim, a resposta do mercado foi uma abertura nos juros futuros americanos, com a possibilidade de que o Federal Reserve (FED) tenha que adotar medidas mais rígidas em combate à inflação. Ao mesmo tempo, os pedidos iniciais de seguro-desemprego nos Estados Unidos mantiveram-se na casa dos 267 mil na semana, mostrando uma recuperação consistente ante ao cenário pós pandemia.


Ainda se tratando de inflação, o índice de preços ao consumidor na China acelerou 0,7% no mês, mas o que realmente surpreendeu foi o índice de preços ao consumidor que já acumula alta de 13,5% na base anual. Isso indica forte pressão sobre preços de insumos, em grande parte ocasionados pelo aumento do preço do carvão na China e do petróleo no mercado global. Esse dado corrobora a dificuldade de recuperação da indústria chinesa, com muitos gargalos nas cadeias produtivas atrapalhando.

Em relação à Zona do Euro tivemos dados do índice de preços ao consumidor na Alemanha, atingindo 0,5% de alta no mês. Saindo da Zona do Euro, o Reino Unido apresentou o crescimento do PIB no terceiro trimestre, com alta de 1,3%, abaixo do esperado pelo mercado. Assim como em outras economias, o terceiro trimestre britânico foi penalizado especialmente pelos efeitos da crise energética, abastecimento global de insumos e ainda alguma pressão oriunda da variante delta do Covid.


Para a semana que vem, no Brasil segue-se acompanhando os imbróglios políticos associados à PEC dos precatórios. Nos Estados Unidos, assim como na China, teremos a divulgação de dados de atividade no varejo e na indústria. O Reino Unido irá divulgar dados de inflação em desemprego, enquanto a Zona do Euro divulgará seu PIB no terceiro trimestre, bem como o índice de preços ao consumidor do último mês.


(*) Cristian Rafael Pelizza é mestre e doutor em Economia Aplicada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), graduado em Economia pela Unochapecó e atualmente é economista e Head das áreas de Renda Fixa e Fundos de Investimento na Nippur Finance. Ele é professor de economia, com ênfase em Econometria, Microeconomia e Mercado Financeiro na Unochapecó.


Saiba mais acesse: [https://www.nippur.com.br/].


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