11/10/2024
Projeto é uma parceria da Regenera 3D com a Rede Feminina de Combate ao Câncer de Curitiba

A Regenera 3D, em um projeto conjunto com a Rede Feminina de Combate ao Câncer de Curitiba, desenvolveu uma prótese mamária que transforma a vida de mulheres que passaram pela doença. A startup contou com apoio do Governo do Estado, por meio de um programa da Fundação Araucária, de estímulo ao empreendedorismo inovador.
Entre as beneficiadas está a comerciante Mirian Zancanaro Wergutz. Aos 46 anos, ela foi diagnosticada com câncer de mama. Passou por cirurgia para a retirada de um nódulo mas, depois de cinco meses, o câncer voltou mais agressivo e foi necessário fazer uma mastectomia com a retirada total da mama. Além da dor física, ficaram os sentimentos de medo, angústia, insegurança e a queda da autoestima.
Mirian procurou várias formas de se adaptar à nova realidade. “Tentei com espuma e até saco de alpiste, mas nada substituía o peso e o formato da mama adequadamente. Não encontrei nenhum sutiã adaptado que se ajustasse a minha situação”, relata.
Ela conta que sempre foi muito vaidosa, gostava de ir à praia, usava roupas com decote e mais justas, mas que deixou tudo isso de lado. “Sentia que tinha que aceitar que a minha situação não me permitia mais essas vontades”, comenta. Várias vezes pensou em fazer a cirurgia de reconstrução mas teve medo de seu corpo rejeitar e passar novamente pela retirada.
“Foi então que eu conheci esta prótese de silicone, confesso que foi uma alegria imensa. O tamanho, formato e peso são perfeitamente proporcionais e deixa tudo muito natural. Consegui voltar a usar as roupas que eu gostava, ir à praia e recuperei minha autoestima”, conta Mirian.
DIFERENCIAL
A prótese que foi tão importante para Mirian recuperar sua autoestima e se sentir uma mulher completa novamente, foi desenvolvida pelos pesquisadores da startup Regenera 3D. O projeto conjunto com a Rede Feminina de Combate ao Câncer de Curitiba, que conta com a doação de próteses mamárias a pacientes vítimas de câncer de mama.
O engenheiro e sócio da startup, Antônio Verguetz, explica que a grande diferença deste produto em relação aos demais é a ergonomia. “São adaptados ao corpo da mulher, não são apenas um volume. Testamos em trezentas mulheres, para chegar em uma relação peso/volume que fosse semelhante a uma mama.”
“Assim, conseguimos fazer um sistema de alívio de peso que mantivesse a geometria e permitisse a prótese ser colocada no lugar do bojo de um sutiã, ficando imperceptível”, destaca o engenheiro.
APOIO PRIMORDIAL
A ideia da produção das próteses mamárias surgiu da demanda apontada pela Rede Feminina de Combate ao Câncer. Os recursos para a aquisição dos equipamentos utilizados pela startup para a produção das próteses foram adquiridos durante a participação da Regenera no Programa Centelha.
O programa, realizado com recursos da Fundação Araucária e da FINEP (Financiadora de Estudos e Projetos), visa estimular a criação de empreendimentos inovadores e disseminar a cultura empreendedora. “Todo o apoio que recebemos participando do Centelha foi primordial para a existência da Regenera”, enfatiza o engenheiro Antônio Verguetz.
A vice-presidente estadual da Rede Feminina de Combate ao Câncer do Hospital Erasto Gaertner, Angela Hilgemberg Zanlorenzi, destaca que a parceria com a startup foi fundamental para a execução do projeto. “A Regenera realizou, incansavelmente, todos os testes necessários. Desenvolveu a parte técnica da prótese e foi uma grande aliada no sucesso desse projeto”, ressalta.
Outro fator importante, segundo a vice-presidente, é o custo benefício da prótese desenvolvida. “Através da parceria com a Regenera nós conseguimos adquirir um produto com valor muito menor que as próteses vendidas no mercado, o que possibilita um maior número de doações. Mesmo as pacientes com condições de comprar na lojinha da Rede compram por um valor muito menor”, observa Angela.
Antônio Verguetz explica que a prótese é produzida com um material que pode ser higienizado e usado na praia e na piscina. “Muitas destas mulheres usavam saquinhos de alpiste para preencher o espaço da mama retirada, antes de ter acesso à prótese. Com a prótese podem ter uma vida normal, inclusive ir à praia.”
Foto: Ian Lages/UTFPR
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