Produtividade deixa de ser diferencial e se torna questão de sobrevivência na indústria
- admjornale
- há 6 minutos
- 3 min de leitura
26/12/2025

A produtividade voltou ao centro do debate sobre a competitividade da indústria brasileira. Em um cenário de mercado cada vez mais desafiador, produzir melhor, com menos desperdício, mais qualidade e maior valor agregado, deixou de ser diferencial e passou a ser condição de sobrevivência para as empresas do setor.
Um relatório recente da Confederação Nacional da Indústria (CNI) acendeu um sinal de alerta ao mostrar que, em 2024, a produtividade industrial voltou a cair, interrompendo tentativas de recuperação observadas em anos anteriores. Esse cenário de perda de competitividade é confirmado também por levantamentos da entidade. Segundo a CNI, a produtividade do setor recuou 0,8% em 2024, em um contexto no qual o volume de horas trabalhadas cresceu 4,5%, enquanto a produção aumentou apenas 3,7%.
Na prática, a elevação da demanda por bens manufaturados levou à contratação de novos empregados, mas sem ganhos proporcionais de eficiência. O resultado foi um desequilíbrio entre crescimento e produtividade, evidenciando gargalos estruturais relacionados à gestão, ao uso de tecnologia e à qualificação da mão de obra. O dado se torna ainda mais preocupante ao se observar a trajetória de longo prazo: este foi o quinto ano consecutivo de queda da produtividade industrial, acumulando uma retração de 9% no período, segundo a CNI.
Especialistas apontam que produtividade industrial não se resume a produzir mais. O conceito está diretamente ligado à capacidade de transformar recursos, como mão de obra, máquinas, materiais e tecnologia, em resultados, sem que os custos cresçam na mesma proporção. Na prática, ser produtivo significa produzir melhor: com qualidade, no menor tempo possível, com menos desperdício e maior valor agregado.
A produtividade está no centro da eficiência operacional e da competitividade empresarial. Indústrias mais produtivas conseguem atender melhor seus clientes, cumprir prazos, reduzir custos e ampliar margens. Já aquelas que operam com baixa produtividade enfrentam dificuldades para crescer, inovar e até se manter no mercado. Além disso, a produtividade também está associada à sustentabilidade, ao reduzir desperdícios e impactos ambientais ao longo da cadeia produtiva.
Diversos fatores influenciam diretamente o desempenho produtivo das indústrias. Entre eles estão o nível de automação, a qualificação da mão de obra, a gestão da produção e a organização do ambiente industrial. Empresas que investem em automação, sensores, inteligência artificial e sistemas integrados de gestão ganham agilidade, controle dos processos e maior capacidade de tomada de decisão. Da mesma forma, equipes capacitadas e uma gestão eficiente contribuem para a identificação de gargalos, redução de retrabalhos e melhoria contínua.
Nesse contexto, a automação industrial e a gestão da qualidade se consolidam como aliadas estratégicas. Enquanto a automação reduz falhas humanas, padroniza processos e libera profissionais para atividades mais estratégicas, a gestão da qualidade atua de forma preventiva, garantindo consistência e confiabilidade ao longo de toda a produção.
Para apoiar indústrias que desejam avançar nesse caminho, a Plataforma da Produtividade se apresenta como porta de entrada do programa federal Brasil Mais Produtivo. Voltada a micro, pequenas e médias indústrias, a iniciativa oferece diagnóstico gratuito, conteúdos educativos, cursos autônomos e acesso a consultorias especializadas em manufatura enxuta, eficiência energética e Indústria 4.0, com apoio do Senai. A plataforma também conecta empresas a programas de inovação e a recursos que somam bilhões de reais em investimentos destinados ao setor produtivo.
Quer aumentar a eficiência e a competitividade da sua indústria? Acesse a Plataforma da Produtividade e dê o primeiro passo rumo a uma operação mais eficiente e estratégica.
Foto: Fiep






