Prefeitura de Curitiba mantém 60 equipes no trabalho contínuo de prevenção e correção de erosões e drenagens
- admjornale
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12/11/2025

A Prefeitura de Curitiba mantém ações permanentes e preventivas para corrigir e evitar erosões na cidade. Esses processos de desgaste do solo acontecem por uma combinação de fatores que vão desde as características geográficas e climáticas até a idade da rede de drenagem e exigem acompanhamento técnico constante. Cerca de 60 equipes percorrem diariamente os bairros para sondagens, limpezas, reparos e reconstruções em locais que demandam atenção.
De janeiro a outubro deste ano, o Departamento de Pontes e Drenagem da Secretaria Municipal de Obras Públicas (Smop) recebeu 386 solicitações de serviços relacionados a erosões e recuperação de galerias pluviais. Entre elas está a obra de contenção na Rua Fagundes Varella, no Jardim Social, para eliminar o risco de comprometimento da calçada e do pavimento na lateral do Bosque de Portugal.
Córrego Tarumã
Desde a semana passada, equipes do Departamento de Pontes e Drenagem da Secretaria Municipal de Obras Públicas (Smop) trabalham no local para fazer a contenção das margens do Córrego Tarumã. O serviço corrige uma erosão iniciada com o deslocamento de tubos da galeria de águas pluviais após uma sequência de dias chuvosos. A recomposição está sendo feita com travamento dos tubos deslocados e a instalação de alas de proteção para conter o avanço da erosão.
O trabalho tem previsão de durar cerca de 15 dias e como ocorre dentro do bosque, não interfere no trânsito. A medida é essencial para preservar a segurança dos moradores locais e frequentadores do Bosque de Portugal.
“Essa é uma ação fundamental para garantir a segurança das pessoas, especialmente as que caminham no bosque, e a estabilidade da infraestrutura. A erosão, se não contida a tempo, pode comprometer ruas e calçadas e causar acidentes”, explica o diretor do Departamento de Pontes e Drenagem da Secretaria Municipal de Obras Públicas, Paulo Vitor Lucca.
PRO Curitiba
A intervenção integra o Programa de Recuperação de Curitiba (PRO Curitiba), o maior pacote de obras da história da cidade, que reúne mais de R$ 6 bilhões em investimentos em infraestrutura, pavimentação, drenagem e mobilidade urbana.
Paralelamente à correção no sistema de drenagem no Bosque Portugal, a Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, realiza outras melhorias no bosque, como alargamento da pista da caminhada, serviços de paisagismo e manutenção dos equipamentos.
Causas das erosões
Cortada por diversos rios e córregos, com muitos fundos de vale, Curitiba é naturalmente mais suscetível a processos de erosão, especialmente em períodos de chuva intensa e concentrada como as que tem sido registradas.
As precipitações fortes aumentam a pressão sobre a rede de drenagem e podem provocar o deslocamento ou a ruptura de tubulações, resultando em processos erosivos em diferentes pontos da cidade.
Outro fator que contribui para essas ocorrências é a idade das estruturas. Parte da rede de drenagem é antiga, construída com tubulações mais simples, sem o reforço de ferragem presente nos modelos atuais, o que torna essas estruturas mais suscetíveis a danos. Há ainda situações em que moradores instalaram tubulações por conta própria, sem seguir padrões técnicos adequados.
O secretário municipal de Obras Públicas, Luiz Fernando Jamur, destaca que as mudanças climáticas, que provocam precipitações mais fortes e concentradas em curtos intervalos, aumentam a pressão sobre o sistema de drenagem e aceleram o desgaste das estruturas. As mais antigas não resistem.
“Por essa razão, paralelamente às ações preventivas e de manutenção das estruturas de drenagem, as obras de requalificação viária dos projetos Novo Inter 2 e BRT Leste/Oeste contemplam, entre outras melhorias, novos sistemas de drenagem para os bairros”, explica Jamur.
Rede de esgoto
Muitas ocorrências de erosão registradas no 156 são ocasionadas em decorrência de problemas na infraestrutura de concessionárias, como da rede de água esgoto, de gás, por exemplo, ou têm origem em terrenos particulares. Nesses casos, as equipes orientam os proprietários sobre as medidas corretivas necessárias, acompanhando o andamento para evitar riscos à coletividade.
“Porém, sempre que acionada, a Prefeitura encaminha uma equipe até o local para verificar, sinalizar, colocar o serviço na programação ou direcionar para quem é responsável” afirma o Secretário de Obras.
Tempo de serviço
O tempo necessário para executar serviços de contenção e recuperação de erosões varia conforme as condições do local e o tipo de dano identificado. Entre os fatores que influenciam estão a profundidade e o diâmetro da tubulação, o nível de comprometimento da estrutura e as condições de acesso da equipe técnica.
Na maioria dos casos, o problema se resume a um tubo quebrado, cuja substituição é rápida. Em outros, há danos em caixas de ligação, que exigem a moldagem em concreto e o tempo de cura do material antes do fechamento definitivo da nova estrutura. Há também situações em que as equipes trabalham em espaços confinados, que demandam mais cuidado e aumentam a complexidade do trabalho.
“Cada situação é única. O tipo de solo, o volume de água, a profundidade da erosão e a proximidade com edificações ou vias movimentadas influenciam diretamente no prazo das obras”, explica o engenheiro Paulo Vitor Lucca.
Apesar dessas variáveis, as solicitações de erosão e recuperação de galerias são sempre tratadas como prioridade pela Prefeitura de Curitiba, para evitar que pequenos danos evoluam e causem comprometimentos maiores na infraestrutura.
Colaboração dos moradores
A Prefeitura reforça a importância da participação da população no monitoramento das condições da rede de drenagem. Sempre que houver indícios de erosão, buracos ou vazamentos, o cidadão deve registrar a solicitação pelo 156. Após o chamado, técnicos realizam vistoria, sinalizam a área e programam o reparo conforme a prioridade do caso.
Foto: Isabella Mayer/SECOM






