top of page

Moradores e instituições da RMC discutem manejo em 5 Áreas de Proteção Ambiental

  • admjornale
  • há 5 minutos
  • 4 min de leitura

09/07/2025



Cinco Áreas de Proteção Ambiental (APAs) situadas na Região Metropolitana de Curitiba (RMC) terão novos planos de manejo até o fim de 2025. Os documentos estão sendo elaborados em oficinas participativas, nas quais moradores e representantes de diversas instituições, incluindo nove prefeituras e associações de moradores, discutem desde o dia 7 (segunda-feira) os desafios e oportunidades ligados aos usos possíveis de territórios onde estão os rios Pequeno, Verde, Iraí, Passaúna e Piraquara e seus afluentes. As reuniões vão até 22 de agosto.


A atividade é conduzida por profissionais da Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar), Instituto Água e Terra (IAT) e a Agência de Assuntos Metropolitanos do Paraná (Amep).


O diretor de Meio Ambiente da Sanepar, Julio Gonchorosky, diz que todas as cinco APAs ficam dentro da Bacia Hidrográfica do Rio Iguaçu e contribuem para o abastecimento de uma população estimada em mais de 3 milhões de pessoas – apenas considerando cidades ligadas ao Sistema de Abastecimento Integrado de Curitiba (SAIC), sendo que 87% da água do SAIC é captada nessas APAs.


Ele explica que a APA é uma categoria de unidade de conservação, definida como uma das que mais permite ações em seu interior, podendo existir habitação, comércio, agricultura e até indústrias.


“Com os planos de manejo, os municípios podem planejar seu desenvolvimento, suas áreas de ocupação e também quais são as atividades que podem ocorrer dentro dessas APAs, contribuindo para os cuidados com os mananciais, que, no caso da Região de Curitiba, são fundamentais para o abastecimento público. É preciso que tudo isso seja discutido pela sociedade e esteja muito claro para todos”, explica.


De acordo com os decretos de criação, as cinco APAs representam um pouco mais de 57.393 hectares e estão localizadas no território pertencente aos municípios de Almirante Tamandaré (APA Passaúna), Araucária (APAs Passaúna e Verde), Campo Largo (APAs Passaúna e Verde), Colombo (APA Iraí), Curitiba (APA Passaúna), Pinhais (APA Iraí), Piraquara (APAs Iraí e Piraquara), São José dos Pinhais (APA Pequeno) e Quatro Barras (APA Iraí).


No entanto, a preservação dos recursos hídricos dessas APAs está diretamente ligada às possibilidades atuais e futuras de abastecimento da Capital e de muitos dos municípios do entorno.


Segundo os estudos do Plano Diretor da Sanepar, a estimativa até 2040 é a de que a população de Curitiba e RMC chegue a 4 milhões e 100 mil habitantes. “Fornecer diariamente água com qualidade e quantidade suficiente para cada uma destas pessoas é um desafio que exige planejamento, gestão e visão. Cuidar dos mananciais faz parte de vencer esse desafio”, afirma o diretor.


AGENDA – Os planos de manejo estabelecerão o novo zoneamento das APAs, visando a organização da utilização das áreas, bem como a sua conservação ambiental. A coordenadora de Conservação de Bacias Hidrográficas e Aquíferos da Sanepar, Paula Foltran de Azevedo Hamerschmidt, explica que a ampla participação das prefeituras e dos habitantes das regiões áreas torna a criação dos planos de manejo mais democrática e mais realista.


Segundo ela, as APAs foram criadas na década de 90, justamente pensando na proteção ambiental, especialmente dos mananciais de abastecimento. São territórios naturais que ajudam a filtrar a água, e os planos de manejo ajudarão a fazer o uso adequado dessas áreas.


“Quando os planos forem finalizados, eles se transformam em leis e o regramento de utilização permitirá o uso, sem comprometer os mananciais. As pessoas que residem nessas APAs é que estão participando das oficinas e construindo esses planos”, afirma Paula Foltran. “A Sanepar faz parte desse trabalho porque temos compromisso com a sustentabilidade e, primordialmente, nos preocupamos muito com a qualidade e a quantidade da água, especialmente onde ela está sendo produzida”.


As oficinas devem ocorrer até agosto, com a documentação sendo finalizada ainda neste ano. Os convidados a participar foram localizados após estudos e diagnósticos sobre cada uma das APAs.


Participando dos trabalhos das oficinas, o geógrafo do Instituto Água e Terra (IAT) André Fialho Eiterer, da Diretoria do Patrimônio Natural, explicou que as oficinas fazem parte da metodologia de criação dos planos de manejos participativos.


“Essa forma de trabalhar dá voz à população que vive nas APAs ou no entorno delas para a construção de instrumentos técnicos que normatizam e organizam como vai se dar a ocupação e os usos desses territórios. Mesmo com zoneamento econômico e ecológico, é preciso ter os planos para um ordenamento ambiental, com foco na segurança hídrica”, afirmou Eiterer.


A presidente da Associação de Moradores das Nascentes do Rio Pequeno, Rozalina Anacleto, uma das participantes das oficinas, conta que está desde 2015 na região.


“Essa é a primeira vez que participo de uma oficina assim e gostaria muito que a população tivesse acesso às informações sobre a APA do Pequeno porque elas são fundamentais. Elas servem para a conscientização e para aprender como você deve se comportar no bioma, principalmente para nós, que estamos em meio à Mata Atlântica. A intenção é preservar. As pessoas podem tirar seu sustento da floresta, sem prejudicar a terra, a água”, diz.


Para ela, as oficinas são também um espaço valioso de aprendizado e de troca de informações.


Confira as datas das oficinas de planos de manejo:


APA Pequeno: 07, 08, 23, 24 e 25/7 – São José dos Pinhais

APA Rio Verde: 9, 10, 30 e 31/7; 01/8 – Araucária

APA Iraí: 14 e 15/7; 6, 7 e 8/8 – Quatro Barras

APA Passaúna: 16 e 17/7; 13, 14 e 15/8 – Araucária

APA Piraquara: 20 e 21/7; 20, 21 e 22/8 – Piraquara


Foto: Thays Poletto/Sanepar

Últimas Notícias

bottom of page