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Mais duas mortes acendem o alerta na Saúde de Curitiba para surto de Hepatite A

Somente neste ano a capital teve 228 casos confirmados e cinco mortes pela doença


20/05/2024


Boletim do Centro de Epidemiologia da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de Curitiba, divulgado nesta segunda-feira (20/5), confirmou mais duas mortes por Hepatite A e uma em investigação, além de 228 casos da doença na capital paranaense em 2024. O volume de confirmações caracteriza surto da doença e requer atenção às medidas preventivas para evitar a contaminação e transmissão.


“Surto é um termo usado na epidemiologia para identificar quantidades acima do normal de doenças contagiosas ou de ordem sanitária”, explica o diretor do Centro Municipal de Epidemiologia da SMS, Alcides de Oliveira.


De acordo com o médico da SMS, é o que está acontecendo em Curitiba em 2024. Nos anos anteriores, a média de registros de Hepatite A era de 12 casos anuais, geralmente casos leves, que não precisavam de cuidados intensivos ou internamentos.


Em 2024, no entanto, a cidade vem registrando um aumento significativo de contaminações, sendo que 107 pessoas (47%) foram internadas e 10 (4%) precisaram de cuidados intensivos em UTI. A maioria das confirmações, 174 casos, atinge homens (76%) e 54 mulheres positivaram para a Hepatite A (24%). A faixa etária mais prevalente é do adulto jovem. A maioria é de homens entre 20 e 39 anos.


No total, de janeiro a 17 de maio de 2024, Curitiba já confirmou 228 casos e cinco mortes por Hepatite A. O Centro de Epidemiologia investiga ainda se mais um óbito, registrado em maio, pode ter ocorrido em decorrência da doença. Um homem, de 46 anos, teve o diagnóstico de Hepatite A e precisou de transplante hepático. Apesar da gravidade da situação, o paciente está recuperado.


Alerta

Frente ao número de casos de Hepatite A e a gravidade da doença, a SMS emitiu alerta a todos os serviços de saúde e aos Conselhos de Classe para o diagnóstico precoce da doença.


“Com sintomas iniciais muito parecidos com os de outras doenças, ressaltamos a necessidade de que os profissionais de saúde estejam atentos para identificar a Hepatite A por meio de exames específicos, além de alertar as pessoas sobre as formas de contaminação”, esclarece Alcides de Oliveira.


Os sintomas iniciais da Hepatite A são fadiga, mal-estar, febre e dores musculares. Com o passar dos dias, a pessoa contaminada apresenta urina escura, olhos e pele amarelados (icterícia), sinais claros da doença.


De acordo com o médico da SMS, no período inicial de sintomas é importante evitar a automedicação, que pode dificultar o diagnóstico diferencial, além de comprometer o fígado, que já está fragilizado pela hepatite. O ideal é buscar atendimento em uma unidade de saúde ou através da Central Saúde Já – 3350-9000.


Sintomas

Os sintomas aparecem cerca de 15 a 50 dias após a infecção, associada à contaminação fecal-oral, ou seja, pelo contato de fezes com a boca. De acordo com o médico da SMS, é preciso atenção aos cuidados básicos de higiene, como lavar as mãos antes de comer e depois de ir ao banheiro, higienizar os alimentos consumidos crus com água tratada, além de usar preservativos nas relações sexuais, higienizar genitália, períneo e região anal antes e após o sexo.


Outro alerta importante é em relação aos casos agudos. “Apesar de parecer algo banal, que facilmente se confunde com uma indigestão, o paciente com Hepatite A pode ter um quadro agudo, ou seja, que compromete o fígado de maneira irreversível, o que mostra a necessidade de se manter sob os cuidados de profissionais de saúde”, diz Oliveira.

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