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Indígenas ocupam nova área em Guaíra e estendem conflito fundiário

19/07/2024


Desentendimentos entre indígenas e proprietários rurais são históricos na região



Um grupo de indígenas ocupou uma nova área de terras em Guaíra, no oeste do Paraná, na manhã de quinta-feira (18). O conflito por demarcação de terra na região é histórico. Atualmente são três áreas ocupadas na região, sendo duas no município de Guaíra e uma em Terra Roxa, também no Oeste do Estado. Os indígenas alegam que são espaços de terras que não passaram por processo de demarcação.


O secretário de segurança pública de Guaíra disse que os indígenas "não estão respeitando os acordos realizados e continuam ampliando áreas ocupadas".


Na quarta-feira (17), a Secretaria de Estado de Segurança Pública do Paraná (Sesp) criou um grupo de trabalho com representantes de entidades ligadas aos direitos dos indígenas e de outras forças de segurança para intermediar os conflitos fundiários que têm acontecido na região oeste do estado.


O encontro aconteceu uma semana depois de uma ocupação a uma fazenda em Terra Roxa, que gerou conflitos entre indígenas e pecuaristas.


O grupo de trabalho tem o objetivo de mediar uma discussão para que a Itaipu Binacional compre uma área, que será usada para realocação dos indígenas.


Eles reivindicam novos lugares porque, durante a construção da Usina de Itaipu, muitas áreas rurais da região de Terra Roxa e Guaíra ficaram alagadas. Um processo tramita na Justiça para que a Itaipu faça a compensação de um outro local.


Em nota, o presidente da Itaipu Binacional, Ênio Verri, informou que está comprometida com a causa indígena nas áreas de influência da empresa e que está disposta a ajudar a solucionar, de forma pacífica, as demandas.


"Os procedimentos necessários para a compra das áreas estão sendo ultimados e, em breve, poderão ser disponibilizadas. A Itaipu Binacional assume, ainda, o compromisso de continuar na sua política de dar suporte institucional às comunidades indígenas, de modo a garantir a elas a infraestrutura necessária para a ocupação das referidas áreas", diz a nota.


Por fim, o presidente falou também que não cabe a Itaipu a demarcação das terras e que é necessário aguardar os resultados dos trabalhos dos grupos que estão se reunindo.


A Itaipu informou que propôs, em maio de 2024, a compra de uma área de 1,5 a 3 mil hectares para assentar os grupos indígenas avá-guarani de Guaíra e Terra Roxa.


Foto: Reprodução/RPC

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