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Com apoio do Estado, startup avança na criação de kit para diagnóstico de câncer de mama

10/10/2024


A Hyla Biotech é uma das 68 selecionadas no primeiro edital do Paraná Anjo Inovador, programa que apoia startups paranaenses



Aprovada no primeiro edital do programa Paraná Anjo Inovador, do Governo do Estado, a startup curitibana Hyla Biotech trabalha no desenvolvimento de um dispositivo capaz de detectar o câncer de mama de forma mais rápida, pouco invasiva e com baixo custo.


A ideia surgiu em 2019, quando a bióloga curitibana, aluna de doutorado da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Maria Luiza Ferreira dos Santos, e seu orientador, Leonardo Foti, começaram a investigar por que, mesmo com tantas pesquisas e terapias avançadas em relação ao câncer de mama, muitas mulheres ainda morrem da doença. Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), em 2021 o Brasil registrou mais de 18 mil óbitos pela doença, sendo o tipo de câncer com mais incidência em mulheres. Dos casos registrados, 41% deles só foram descobertos quando já estavam em estágios avançados.


O produto consiste em um kit de diagnóstico por meio de um biossensor que identifica a presença ou ausência de um tumor em até 30 minutos, sendo necessário apenas uma amostra do sangue do paciente. A ideia é de que ele seja utilizado ainda na fase de rastreio e triagem da doença, nos primeiros atendimentos em hospitais e unidades básicas, e que após a confirmação do câncer a paciente seja encaminhada a fazer exames mais aprofundados e inicie o tratamento.


Maria Luiza enfatiza o apoio do Governo do Estado, por meio da Secretaria da Inovação, Modernização e Transformação Digital (SEI), que executa o Programa Paraná Inovador. Ela afirma que o programa desempenhou um papel crucial na evolução da startup não apenas com o suporte financeiro, mas também com orientação estratégica que ajudou a melhorar a estruturação do projeto. “O apoio do programa foi fundamental para posicionar a Hyla no caminho certo para inovação e com impacto no setor da saúde. Estamos conseguindo desenvolver e validar nosso biossensor, construir uma equipe especializada e estabelecer parcerias importantes para realizar os testes clínicos”.


Em março de 2024, a Hyla Biotech estava em fase de validação analítica e buscando fazer parcerias para iniciar os testes de eficácia do produto. (). Sete meses depois, a startup teve avanços significativos no desenvolvimento do kit de diagnóstico.


Um deles foi a aprovação no programa Catalisa ICT do Sebrae, uma iniciativa que busca transformar pesquisas acadêmicas em negócios inovadores, e a convocação para participar do Deep Tech Summit 2024, evento que acontece em novembro e reúne as startups mais inovadoras do Brasil, onde a Hyla também concorre ao prêmio de “Startup do Ano”.


Avanço importante para a empresa foi a expansão da equipe, com a entrada de duas especialistas em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) e uma especialista em Garantia da Qualidade. As novas contratações são importantes para atender os requisitos exigidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), garantindo que o produto siga para aprovação e comercialização no mercado brasileiro em breve.


AVANÇOS

A Hyla Biotech conseguiu finalizar a submissão do projeto no Comitê de Ética do Instituto Fernandes Figueira (IFF), que irá fornecer amostras de sangue de pacientes submetidas a rastreamento de câncer de mama por mamografia para a realização dos testes. A expectativa é que o projeto seja aprovado até dezembro e que as amostras comecem a ser enviadas ao laboratório no início de 2025.


Maria Luiza conta que a startup também conseguiu realizar uma parceria com o Hospital Nossa Senhora da Conceição (GHC), o maior complexo hospitalar público do sul do Brasil, localizado no Rio Grande do Sul. “Essa colaboração vai nos permitir validar o teste em pacientes reais, ainda que para uso restrito de pesquisa, e também vamos poder avaliar o custo-efetividade e microcusteio, que são essenciais para demonstrar a viabilidade econômica do nosso produto no mercado.”


A startup também está no processo de internacionalização da marca por meio da análise de prospecção de mercado em Portugal. A ideia é que a empresa consiga se inserir no mercado europeu e consiga garantir a aprovação do produto em agências regulatórias europeias.


Foto: Rapahaella Piovezan/SEI-PR

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