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Alerta: “Brasil ocupa o terceiro lugar em gastos com diabetes”

  • admjornale
  • há 4 horas
  • 4 min de leitura

26/06/2025



Câmara Municipal de Curitiba (CMC) utilizou a Tribuna Livre desta quarta-feira (25) para reforçar as ações do Dia Nacional do Diabetes, celebrado nesta quinta (26), e a importância da prevenção e do diagnóstico precoce da doença. A médica endocrinologista Ângela Regina Nazário, presidente do Instituto da Pessoa com Diabetes (IPD), alertou que o Brasil ocupa o terceiro lugar no ranking mundial de gastos com a doença — atrás apenas dos Estados Unidos e da China. Ela participou do espaço democrático de debates das sessões plenárias a convite do vereador Renan Ceschin (Pode).


“O Brasil ocupa o terceiro lugar em gastos com diabetes no mundo, […] ficam na nossa frente só os Estados Unidos e a China. Ou seja, nós estamos investindo pouco em prevenção e gastando muito com as consequências da doença”, destacou Nazário.


Na saudação à convidada, Ceschin enfatizou que o diabetes é uma questão de saúde pública. “Na cidade de Curitiba, estimativas da Secretaria Municipal da Saúde apontam que 8% da população adulta conviva com o diagnóstico”, disse o vereador. “Segundo dados da Sociedade Brasileira de Diabetes, o país já ultrapassa a marca de 20 milhões de pessoas vivendo com a doença. E o que mais preocupa é que, de acordo com a Federação Internacional de Diabetes, aproximadamente um terço dos casos não foi sequer diagnosticado.”


“Isso quer dizer que há milhões de brasileiros adoecendo em silêncio, sem saber que precisam de acompanhamento, medicamentos e cuidado contínuo”, prosseguiu Ceschin. O propositor da Tribuna Livre da Câmara de Curitiba lembrou que o diabetes pode causar complicações sérias, a exemplo da retinopatia, que leva à cegueira; da nefropatia, que pode evoluir para a hemodiálise; e neuropatias, resultando em dores crônicas e até amputações; além de um risco até quatro vezes maior de infarto e de acidente vascular cerebral (AVC).


Um ano atrás estivemos aqui também [na Tribuna Livre] por causa do Dia Nacional de Combate ao Diabetes”, lembrou a endocrinologista Ângela Regina Nazário. De acordo com ela, o Brasil ocupa o sexto lugar no mundo em casos da doença. “Essa é a terceira causa de mortalidade na nossa população. Corresponde a 2 mil atendimentos por ano nas unidades básicas de saúde”, declarou. “O diabetes é a principal causa de cegueira em adultos jovens”, completou. E o prognóstico para a América Latina, até 2050, é que os casos aumentem em torno de 50% em função da obesidade – justamente o principal fator de risco para o diabetes tipo 2, o qual evolui de forma silenciosa.


Instituto da Pessoa com Diabetes presta contas de emendas parlamentares


Além dos dados estatísticos do diabetes, a convidada da Tribuna Livre prestou contas do resultado de programas do IPD desenvolvidos com o aporte de emendas parlamentares e pediu que o apoio seja mantido. Desde a Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2022, as emendas parlamentares ao IPD, antes chamado Associação do Diabético Curitibano, somaram R$ 1,6 milhão, entre proposições individuais e coletivas.


A primeira delas, no valor de R$ 100 mil, por iniciativa do então vereador e primeiro-suplente do União, Alexandre Leprevost, apoiou o projeto social “Tratamento ou prevenção começa na educação”. “O instituto vai até a escola, orienta a escola, orienta os pais, orienta os colegas”, explicou.


“Nós estivemos numa escola onde oficialmente tinha uma criança registrada com diabetes tipo 1. Chegando lá, tinha mais dois casos. Então, há uma subnotificação também”, assinalou. Renovada junto à Secretaria Municipal da Educação (SME), a iniciativa foi rebatizada com o nome de “Educar para prevenir”.


Nazário também destacou a emenda coletiva à LOA 2022, no valor de R$ 940 mil. Organizada por Leprevost, com aportes de mais 26 vereadores, ela representou a segunda maior emenda coletiva ao Orçamento de Curitiba daquele ano. Segundo a presidente do IPD, o apoio do Legislativo resultou no atendimento de 120 crianças e adolescentes com sensores de monitorização contínua da glicemia.


O projeto foi desenvolvido em parceria com o Hospital de Clínicas. “Teve um impacto social enorme”, comemorou Nazário. “A gente teve 60 mães que estavam desempregadas porque tinham que ir até a escola todos os dias para aplicar insulina, faze

r a glicemia nas crianças, e 31 dessas mães voltaram para o mercado de trabalho”, relatou, entre outros projetos sociais do IPD.


Vereadores e convidada debatem prevenção, diagnóstico e tratamento do diabetes


Depois da apresentação em plenário, a convidada da Tribuna Livre respondeu a questionamentos dos vereadores. Renan Ceschin reforçou a importância das emendas parlamentares e a expectativa da derrubada do veto presidencial ao projeto de lei que equipara o diabetes a uma deficiência.


O propositor da Tribuna Livre também defendeu projeto de lei de sua autoria, em discussão na Câmara de Curitiba, que prevê o fornecimento gratuito de aparelhos de monitoramento contínuo de glicose (CGM) a pacientes com diabetes mellitus tipo 1. Argumentando que cidades como São Paulo já contam com a legislação, Ceschin avaliou que a política pública “será uma grande vitória para todos os diabéticos” (005.00394.2025).


Em resposta à vereadora Andressa Bianchessi (União), Nazário salientou a importância do aparelho de monitoramento contínuo de glicose, em especial para as crianças em idade escolar. “Tem um impacto psicológico importante para a criança, em especial para o conforto na vida escolar, […] facilita muito também a vida da família”, afirmou.


A endocrinologista explicou, a pedido do vereador Serginho do Posto (PSD), que a cirurgia metabólica pode reverter determinados casos de diabetes tipo 2. Já eventuais complicações, como perdas visual e/ou renal, são irreversíveis. Questionada por Meri Martins (Republicanos), ela chamou a atenção, novamente, ao combate à obesidade e à conscientização sobre os rótulos dos alimentos. “Crianças obesas também podem ter diabetes tipo 2, […] já virou, também, um motivo de alerta para nós”, mencionou Nazário em resposta a Marcos Vieira (PDT).


À vereadora Rafaela Lupion (PSD), a convidada disse que o IPD está atento à discussão sobre o diabetes ser equiparado a uma deficiência e defendeu o incentivo ao aleitamento materno. Além de destacar a conscientização sobre o tema em pauta, Carlise Kwiatkowski (PL) e Sidnei Toaldo (PRD) colocaram o mandato à disposição da entidade. A Tribuna Livre também foi acompanhada por Tainá Guimarães e Isabel Marinho, do IPD.


Foto: Rodrigo Fonseca/CMC

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