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Urucum de Paranacity e Cruzeiro do Sul é o 17º produto paranaense com selo de IG

  • admjornale
  • há 22 horas
  • 4 min de leitura

06/05/2025



O Paraná chegou a sua 17ª Indicação Geográfica (IG) com o reconhecimento ao urucum de Paranacity e Cruzeiro do Sul, no Noroeste do Estado. O Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) concedeu nesta terça-feira (6) a IG por Indicação de Procedência, a primeira do Brasil para esse tipo de fruto, servindo como um atestado de excelência de qualidade.


A produção de urucum das duas cidades é reconhecida pelo alto teor de bixina (corante), superior a 5%, enquanto que o fruto de outras localidades atinge cerca de 3%. Outro diferencial da produção é o manejo diferenciado, com cuidados especiais durante o plantio, aliado a características de solo e de clima, o que possibilita ser retirado o melhor da produção.


Paranacity e Cruzeiro do Sul são as maiores produtoras do Estado, com uma produção conjunta de 805 toneladas e Valor Bruto de Produção (VBP) de R$ 12,1 milhões em 2023, último dado disponível. Acumulam também o posto de maior produtora do Sul do País, segundo o INPI. Em todo o Estado, 39 cidades produzem urucum, com um VBP total de R$ 14,3 milhões.


O secretário de Estado da Agricultura e do Abastecimento, Marcio Nunes, ressaltou que a certificação como IG é uma chancela de qualidade sobre a produção paranaense. “Esse reconhecimento é um marco que valoriza o saber fazer dos nossos produtores, a tradição da nossa agricultura e a força da identidade paranaense”, analisou.


“A IG fortalece o território, abre portas para novos mercados e eleva a competitividade do nosso produto no Brasil e no mundo. O urucum de Paranacity e Cruzeiro do Sul passa a ser ainda mais respeitado pela sua origem e pelas características únicas que só o nosso solo, clima e modo de produção são capazes de oferecer”, completou.


Com grande versatilidade, o fruto pode ser utilizado pela indústria alimentícia como corante (colorau), na produção de queijos, massas, salgadinhos, recheios, coberturas, margarinas, manteigas, molhos, entre outros. Atende também as indústrias têxtil, química e farmacêutica, com ação cicatrizante, antioxidante e anti-inflamatória, além de fazer sucesso como bronzeador solar.


Para o secretário estadual do Turismo, Leonaldo Paranhos, o selo de Indicação Geográfica comprova a qualidade das tradições, produtos e serviços paranaenses dentro do turismo. “O Paraná já tem uma lista bem grande de selos reconhecidos, como a bala de banana, a cachaça, entre tantos outros que ajudam a mostrar o que temos feito aqui no nosso Estado”, disse.


“Esperamos que o urucum de Paranacity e Cruzeiro do Sul ajude a atrair cada vez mais visitantes aos municípios e à região, movimentando a economia e incentivando os produtores locais a manterem suas práticas e conhecimentos”, completou.


O processo para conquistar a certificação como IG levou cerca de dois anos e envolveu a Associação dos Produtores de Urucum de Paranacity e Região (Aprucity), a Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), o Instituto de Desenvolvimento Rural (IDR-Paraná), a Universidade Estadual de Maringá (UEM), o Sebrae/PR e as prefeituras de Paranacity e Cruzeiro do Sul.


O produtor Victor Salvadego Lopes vislumbra um novo horizonte para a produção do fruto na região. “O reconhecimento de Paranacity como a capital paranaense do urucum e, consequentemente, a Indicação Geográfica, é muito importante para nossa classe de produtores, tanto da nossa cidade como de Cruzeiro do Sul porque atesta e comprova que o nosso produto tem procedência e qualidade superior à média nacional”, comentou.


“Representa um avanço porque com a Indicação Geográfica podemos almejar novos mercados, novos valores e fortalecer ainda mais o produtor regional. Esperamos alcançar, além desse reconhecimento, ganhos econômicos, uma melhoria de preço e a preferência pelo nosso urucum no mercado nacional”, acrescentou.


O consultor do Sebrae/PR, Luiz Carlos da Silva, afirmou que a certificação de IG é positiva em diferentes aspectos. “Ela valoriza um produto que diferencia a região, valoriza também as pessoas que vivem daquele produto e agrega valor à produção, uma vez que ele tem uma Indicação de Procedência, provocando o desenvolvimento local das duas cidades e o próprio entorno”, explicou.


“Para o Estado também é importante, porque cada vez mais temos posicionado o Paraná como produtor de produtos de qualidade, diferenciados e com Indicação de Procedência e IG. São produtos que nos diferenciam em relação a outros estados do Brasil”, finalizou.


E a produção de urucum na região conta com um apoio importante. A Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) destinou, desde 2018, 752 toneladas de lodo de esgoto para propriedades rurais como forma de aumentar a produtividade. O material é rico em matéria orgânica, nutrientes (principalmente nitrogênio, fósforo, cálcio e magnésio e enxofre), e micronutrientes, como zinco. O resultado foi um crescimento de 30% na produção nas áreas que utilizaram o lodo da Sanepar nas culturas. Cerca de 18 produtores são beneficiados pelo projeto.


INDICAÇÃO GEOGRÁFICA – O título de IG certifica produtos ou serviços cujas características e métodos de produção estão ligados à sua origem geográfica, valorizando história, tradição, cultura e economia locais.


O Paraná é o segundo estado com maior número de IGs reconhecidas pelo INPI. Além do urucum de Paranacity e Cruzeiro do Sul, integram a lista a aguardente de cana e cachaça de Morretes; a goiaba de Carlópolis; as uvas de Marialva; o barreado do Litoral; a bala de banana de Antonina; o melado de Capanema; o queijo da Colônia Witmarsum; o café do Norte Pioneiro; o mel da região Oeste; o mel de Ortigueira; a erva-mate de São Mateus do Sul; o morango do Norte Pioneiro; a camomila de Mandirituba; os vinhos de Bituruna; e a broa de centeio de Curitiba.


Há ainda outros produtos na luta pelo registro, com pedidos depositados no INPI. São eles as tortas de Carambeí; o mel de Prudentópolis; os queijos do Sudoeste do Paraná; a carne de onça de Curitiba; o café de Mandaguari; o café da serra de Apucarana; o pão no bafo de Palmeira; a poncã de Cerro Azul; os ovinos e caprinos dos municípios que compõem a Cantuquiriguaçu, nos vales dos rios Cantu, Piquiri e Iguaçu; o ginseng de Querência do Norte e as ostras da região do Cabaraquara, no Litoral.


A Agência Estadual de Notícias (AEN) tem uma série especial que conta um pouco mais a respeito dos produtos paranaenses com Indicação Geográfica. Saiba mais AQUI.


Foto: Sanepar

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