27/11/2020
Quantidade de atletas infectados teve um aumento significativo em novembro
Os clubes da Série A têm enfrentado um adversário invisível e que tem impactado diretamente nas escalações dos times a cada partida: o coronavírus. Desde a retomada do futebol, as equipes brasileiras passaram a seguir uma série de protocolos e recomendações para voltar com as atividades, mas isso não impediu que os atletas evitassem a contaminação pelo vírus.
Vale destacar ainda que nem todos os clubes anunciaram todos os casos positivos no elenco. Feita a ressalva, os clubes da Série A já acumulam 341 casos divulgados desde o início das testagens, realizadas a partir de maio e junho.
De acordo com o Imperial College, de Londres, no Reino Unido, a taxa de transmissão (Rt) do novo coronavírus (Sars-CoV-2) para esta semana no Brasil é a maior desde maio. O relatório mostra que o índice está em 1,30. Isso significa que cada 100 pessoas contaminadas transmitem o vírus para outras 130 pessoas.
Esta transmissão em alta no país também teve reflexo direto no futebol brasileiro. Em outubro, o número acumulado de casos positivos era de 227. Em novembro, houve um aumento de 50%, com 114 novos casos divulgados neste mês até o momento.
O presidente da Comissão de Médicos da CBF, Jorge Pagura, disse que foi feito um comunicado aos clubes para reforçar a necessidade de seguir o protocolo ao notar um aumento de casos no país no começo de novembro.
"Nós reiteramos que fôssemos muito rígidos com a aplicação do protocolo porque enquanto a gente não tem vacina nós só temos uma arma, que é obedecer o protocolo. Isso nos preocupava muito porque a gente tinha as notícias, com praias cheias, bares cheios, parques cheios e assim por diante. Nós prevenimos, não fomos pegos de surpresa. O que foi pego um pouco de surpresa é que clubes que vinham com muito controle de repente tiveram um surto".
Nas últimas semanas, houve surtos de casos no Athletico-PR, no Atlético-MG, no Coritiba, no Palmeiras e no Santos. Outros clubes, como Goiás, Flamengo, Fluminense e Vasco também tiveram contágios grandes em intervalos curto de tempo.
De acordo com estudo divulgado pela CBF, não há evidências de que a transmissão tem ocorrido dentro de campo. Para o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, Dr. Alberto Chebabo, o problema é todo o ambiente que envolve o futebol.