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Programa da Prefeitura contra tabagismo ajudou Curitiba a reduzir em 4,7% número de fumantes

  • admjornale
  • há 3 dias
  • 3 min de leitura

28/05/2025



O Dia Mundial sem Tabaco é celebrado anualmente em 31 de maio. Em diversos países, são lembradas ações contra o fumo, destacando os riscos à saúde ligados ao uso do tabaco. Em Curitiba, há o Programa de Controle do Tabagismo da Secretaria Municipal de Saúde, que é ofertado gratuitamente a todos os moradores que decidirem parar de fumar.


Apenas nos quatro primeiros meses de 2025, mais de 500 pessoas foram atendidas pelo programa. A eficácia pode ser demonstrada em números. De acordo com dados da Vigilância de Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), sistema utilizado pelo Ministério da Saúde, em 2006, 18,4% dos moradores de Curitiba fumavam. Em 2023, essa porcentagem caiu 4,7%, ou seja, cerca de 86 mil pessoas deixaram de fumar neste período (13,7% dos moradores).


Os participantes do programa relatam que políticas públicas contra o tabagismo são muito importantes para ajudar a superar o hábito e colocam as próprias experiências como exemplos disto. Nereu Juvenal da Silva Segundo, educador de 44 anos, relata que há um ano parou com o cigarro com a ajuda do programa, após ter fumado por quase 30 anos.


“O apoio de grupos como esse é fundamental, pois as pessoas precisam de ajuda e, às vezes não sabem como buscar. No meu processo eu me espelhei no exemplo e na coragem dos colegas. Isso ajudou muito.”


Juliana de Souza, 39 anos, contadora, relata que fumou por quase 23 anos e conseguiu parar com o método do programa e está sem usar tabaco há 10 meses. Ela veio incentivada pela irmã, que já participava do grupo, e vê no trabalho algo muito importante. ”A reunião dá o apoio, pois ver que as pessoas passam pelos mesmos desafios e os superam dá força para continuar.”


Como funciona


O programa da Secretaria Municipal de Saúde conta com 41 grupos de Controle e Cessação do Tabagismo ativos nos dez distritos sanitários da cidade e é embasado pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca) – órgão do Ministério da Saúde, que dá as diretrizes aplicadas localmente. Os participantes recebem um acompanhamento multidisciplinar, que envolve terapias cognitivo-comportamental e medicamentosa. Esse processo envolve diversos profissionais como médicos, enfermeiros, psicólogos, nutricionistas, pois como o hábito do fumo influi em todos os aspectos da vida da pessoa, a terapia também deve ter essa abrangência.


Uma vez integrada ao programa, ela participa de reuniões semanais, onde pode compartilhar vivências e é incentivada a reduzir o uso do fumo até estipular, com a ajuda da equipe multidisciplinar, o dia em que deixará o cigarro, o chamado “dia D”. Então, recebe goma de mascar com nicotina e adesivos com a mesma substância para o corpo ir se acostumando com a retirada gradual do produto químico viciante. Nesse processo, a pessoa continua participando das reuniões para receber o apoio do grupo. Essa participação pode se prolongar pelo tempo que for necessário.


Os interessados podem solicitar o primeiro contato diretamente na sua Unidade de Saúde de referência ou pela Central Saúde Já Curitiba – 3350-9000, que atende de segunda a sexta-feira, das 7h às 22h, inclusive feriados; e aos sábados e domingos, quando opera das 8h às 20h.


O desafio dos cigarros eletrônicos


A coordenadora do programa, Rejane Blume, explica que estão em desenvolvimento novas ações, em parceria com a Secretaria Municipal da Educação, para conscientizar as pessoas, especialmente os jovens, dos perigos dos cigarros eletrônicos, também conhecidos como vapes. “O vape, diferente do tabaco, não tem a combustão, ele esquenta um liquido que é nicotina pura, que entra no organismo da pessoa. Um vape equivale a 100 cigarros”, explica.


Rejane acredita que por ter uma concentração tão grande de nicotina, esses dispositivos podem vir a causar um grande problema de saúde pública se medidas não forem tomadas.


Ela lembra que todos esses dispositivos são proibidos no Brasil, conforme a Resolução da Diretoria Colegiada RDC Nº 855/2024 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que veda a comercialização, a importação, o armazenamento, o transporte e a propaganda desses aparelhos.


Foto: Isabella Mayer/SECOM

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