Presença de baleias no Litoral é sinal de recuperação da espécie
- JORNALE
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03/06/2025
As aparições de jubartes em águas paranaense são um indicativo da recuperação da espécie

A imagem chamou a atenção: uma baleia-jubarte, no fim do mês passado, nadava calmamente nas águas do Litoral do Paraná, próximo à região onde está sendo erguida a Ponte de Guaratuba. A cena despertou a curiosidade da população e logo ganhou os holofotes.
Mas, afinal, o que o mamífero estava fazendo na costa paranaense? A resposta é simples e vem agregada de ótimas perspectivas para o meio ambiente local. O exemplar integra uma população de baleias que habita a região da Antártica e migra nesta época do ano para se reproduzir em águas mais quentes, entre o Espírito Santo e a Bahia. Ou seja, o Paraná é parte da viagem migratória, e essa cena deve ficar cada vez mais frequente.
Por isso, o Instituto Água e Terra (IAT), autarquia vinculada à Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável (Sedest), em parceria com o Laboratório de Ecologia e Conservação da Universidade Federal do Paraná (LEC-UFPR), montou uma operação para tentar entender melhor o comportamento das jubartes.
Durante uma semana, entre 26 de maio e 1º de junho, técnicos ambientais dos dois órgãos, com suporte do Centro de Operações Aéreas (COA) do IAT, peregrinaram de ponta a ponta o Litoral. Além de golfinhos e toninhas, avistaram uma outra baleia, dessa vez nadando próximo à Baía das Laranjeiras, em Guaraqueçaba: um jovem-adulto com aproximadamente 12 metros de comprimento.
O encontro servirá de subsídios para pesquisas que vão monitorar a presença do animal no Estado, com foco em ações de educação ambiental e para nortear processo de licenciamentos ambientais na região.
“Durante esses voos catalogamos todos esses animais, marcamos os pontos para poder mostrar para para a população que, sim, esses animais estão se reproduzindo. Queremos aprender para conservá-los, para tenham o menor impacto possível quando estiverem por aqui”, afirma o técnico em Meio Ambiente do IAT, Rafael Galvão. “Será uma presença constante no nosso Litoral e a população precisa entender como respeitar o espaço desses animais”.
Além disso, Galvão explica que é essencial pensar nessa rota das baleias também nos processos de emissão de licenciamentos ambientais, já que intervenções na região não podem perturbar a vida marinha. “Temos noção de que essa espécie tende a se procriar cada vez mais na costa brasileira. Por isso precisamos de um mar compartilhado, que contemple esses múltiplos usos, pensando, claro, nesses animais, que garantem a produtividade do oceano”, diz.
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