IAT aplica R$ 2,2 milhões em multas em megaoperação de combate ao desmatamento
- admjornale
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06/05/2025

O Instituto Água e Terra (IAT) divulgou nesta terça-feira (06) o resultado da 1ª Operação de Combate ao Desmatamento Ilegal da Mata Atlântica no Paraná de 2025. A força-tarefa ocorreu entre os dias 27 de abril e 04 de maio em 27 municípios da área de abrangência dos escritórios regionais de Francisco Beltrão e Pato Branco, no Sudoeste do Estado. Ao todo, foram lavrados 141 Autos de Infração Ambiental (AIA), com a aplicação de R$ 2.218.600,00 em multas, além do embargo de uma área de 244,13 hectares, equivalente a 244 campos de futebol.
A ação contou com a participação de 20 servidores dos núcleos regionais do IAT de Cianorte, Cornélio Procópio, Foz do Iguaçu, Guarapuava, Francisco Beltrão, Maringá, Paranavaí, Ponta Grossa, Umuarama, União da Vitória e da Divisão de Fiscalização Ambiental, de Curitiba. Houve apoio também de drones e do helicóptero do Centro de Operações Aéreas (COA) do Instituto. O IAT é vinculado à Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável (Sedest).
“A operação se concentrou em uma região de pequenas propriedades rurais, uma característica do Sudoeste do Paraná, e teve como objetivo reduzir o número de alertas de desmatamentos observados pelo Instituto Água e Terra”, afirmou o coordenador da força-tarefa e chefe do escritório regional do IAT em Maringá, Antonio Carlos Cavalheiro Moreto.
“Importante destacar também que, além das penalidades administrativas, essas áreas ficam embargadas e não poderão ser utilizadas pelos autuados para qualquer tipo de finalidade que não seja a sua regeneração natural ou recuperação, inclusive atividades agrosilvopastoris”, acrescentou.
A 1ª Operação de Combate ao Desmatamento Ilegal da Mata Atlântica no Paraná de 2025 fiscalizou áreas de 27 municípios da região Sudoeste: Ampére, Barracão, Bela Vista da Caroba, Boa Esperança do Iguaçu, Capanema, Chopinzinho, Coronel Domingues Soares, Coronel Vivida, Cruzeiro do Iguaçu, Enéas Marques, Flor da Serra do Sul, Francisco Beltrão, Itapejara do Oeste, Manfrinópolis, Mariópolis, Marmeleiro, Nova Esperança do Sudoeste, Palmas, Planalto, Pranchita, Realeza, Salto do Lontra, Santa Izabel do Oeste, São João, Saudade do Iguaçu, Sulina e Verê.
QUEDA NO DESMATAMENTO – O Paraná vem alcançando resultados expressivos no combate ao desmatamento ilegal. O Estado reduziu em 95,2% a supressão da Mata Atlântica nos últimos quatro anos, de 6.939 hectares, em 2021, para 329 hectares em 2024, de acordo com levantamento produzido pelo Instituto Água e Terra.
O balanço foi coordenado pelo Núcleo de Inteligência Geográfica e da Informação (NGI) do órgão ambiental, setor desenvolvido para colaborar com a vigilância do patrimônio natural paranaense, com base nos alertas publicados pela Plataforma MapBiomas, uma iniciativa do Observatório do Clima.
Entre as regionais do IAT que apresentaram as diminuições mais significativas no período estão justamente a de Francisco Beltrão, que passou de 706,01 hectares para 11,26 hectares (queda de 98%), seguida do Litoral (de 58,58 hectares para 1,88 hectare) e Pato Branco (de 571,79 hectares para 17,68 hectares), ambas com 96%.
Melhoria que deve ser atribuída nas ações de fiscalização desenvolvidas pelo IAT, tanto em vistorias a campo, como essa operação no Sudoeste, quanto de forma remota. De 2021 para 2024, o número de Autos de Infração Ambiental (AIAs) ligados a crimes contra a flora nativa aumentou em 65%, passando de 3.183 para 5.252. O valor total das multas também cresceu, indo de R$ 78.797.343 para R$ 134.067.876 no ano passado, um aumento de 70%.
Gerente de Monitoramento e Fiscalização do IAT, Álvaro Cesar de Goes destaca que o aumento do volume de multas reforça a eficácia do trabalho desenvolvido pelo órgão ambiental no combate ao desmatamento criminoso no Paraná. “Esse balanço mostra claramente a forte atuação do IAT, por meio dos nossos agentes fiscais, que estão espalhados por todo o Paraná, mas principalmente nas áreas onde ainda se concentram a maior reserva de vegetação nativa da Mata Atlântica”, destacou.
“Com o apoio de ferramentas tecnológicas, conseguimos identificar e punir os infratores com uma maior rapidez. Isso nos possibilita realizar operações de rotina e planejadas, atuando por terra, água e também com apoio aéreo”, completou.
CRIME – Quem pratica o desmatamento ilegal está sujeito a penalidades administrativas previstas na Lei Federal nº 9.605/98 (Lei de Crimes Ambientais e no Decreto Federal nº 6.514/08 (Condutas Infracionais ao Meio Ambiente). O responsável também pode responder a processo por crime ambiental.
O valor arrecadado com as infrações é repassado integralmente ao Fundo Estadual do Meio Ambiente. A reserva financeira tem como finalidade financiar planos, programas ou projetos que objetivem o controle, a preservação, a conservação e a recuperação do meio ambiente, conforme a Lei Estadual 12.945/2000.
COMO AJUDAR – A denúncia é a melhor forma de contribuir para minimizar cada vez mais os crimes contra a flora e a fauna silvestres. O principal canal do Batalhão Ambiental é o Disque-Denúncia 181, o qual possibilita que seja feita uma análise e verificação in loco de todas as informações recebidas do cidadão.
No IAT, a denúncia deve ser registrada junto ao serviço de Ouvidoria, disponível no Fale Conosco, ou nos escritórios regionais. É importante informar a localização e os acontecimentos de forma objetiva e precisa. Quanto mais detalhes sobre a ocorrência, melhor será a apuração dos fatos e mais rapidamente as equipes conseguem realizar o atendimento.
Foto: IAT
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