Equipada com projetor digital de última geração, Cinemateca de Curitiba integra circuito do Olhar de Cinema
- admjornale
- há 7 horas
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17/06/2025

Nesse ano, a Cinemateca de Curitiba passou a reunir sob o mesmo teto o cheiro do filme em película e a nitidez cristalina do DCP, tecnologia digital de projeção usada na maioria dos cinemas profissionais do mundo.
A modernização feita pela Fundação Cultural de Curitiba não só eleva a qualidade estética de exibição para o público como reposiciona a Cinemateca na engrenagem dos circuitos audiovisuais da cidade, como no do Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba, que acontece até quinta-feira (19/6).
Hoje, a Cinemateca soma-se a outras quatro salas com projeção digital mantidas pela Prefeitura de Curitiba. Cine Luz e Cine Ritz, localizadas no Cine Passeio, Cine Guarani, no Portão Cultural, e Cineteatro da Vila, na CIC, formam a rede pública de cinemas de rua e todas integram a programação do Olhar de Cinema.
A novidade técnica do DCP na Cinemateca não veio sozinha. Durante o festival, a sala foi redescoberta por público e realizadores, como Victor Pinto Ribeiro, cineasta que filmou curtas ali em 2005. “Foi a primeira vez que entrei novamente na Cinemateca, quase 20 anos depois. É muito importante que ela esteja presente no festival e apesar de gostar muito do cinema de película, precisamos da tecnologia e ter esse equilíbrio com os formatos”, disse Victor.
Para quem chega pela primeira vez ao Olhar de Cinema ou retorna ao festival depois de alguns anos, a reativação da Cinemateca também marca uma espécie de rito de passagem. “Foi o primeiro lugar de cinema que conheci quando vim pra Curitiba, em 2013”, contou a cineasta Francielly Camilo, de Londrina. “Aqui me apresentaram a história do cinema brasileiro. Agora, com o DCP, a gente consegue assistir a filmes com a mesma qualidade das grandes salas, sem perder o charme de um espaço que junta memórias e inovação”, destacou.
Tecnologia a serviço da memória
A Cinemateca de Curitiba é a única no Paraná que exibe filmes tanto em película (8mm, 16mm e 35mm) quanto em formato digital de cinema. Assim, ela cumpre a função de não apenas ser guardiã de um acervo histórico com quase quatro mil obras, agora em processo de digitalização, mas também como plataforma de exibição de produções contemporâneas.
Ampliar a acessibilidade das exibições, com recursos como Libras e audiodescrição, também é um movimento estratégico que reposiciona a Cinemateca no centro do circuito cultural da cidade.
Novas gerações
Ana Clara, de 21 anos, representa uma nova geração que frequenta a Cinemateca com frequência, mas nunca havia participado do festival no espaço. Estudante de cinema, ela celebra a qualidade da nova projeção e o retorno do Olhar de Cinema ao local. “O projetor realmente teve uma qualidade que me surpreendeu. O som também está muito bom”, comenta.
Para Ana, o resgate do espaço é também um convite à descoberta. “A Cinemateca não é tão publicitária, mas ela é muito importante, é um lugar de resgate do cinema cultural da cidade, exibir filme aqui é de graça. É um incentivo tanto para o público quanto para os realizadores”, afirma.
Foto: Luiz Pacheco /FCC.
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