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Curitiba lidera pedidos de refúgio de cubanos e oferece novas oportunidades

  • admjornale
  • há 1 dia
  • 3 min de leitura

09/06/2025



Aos 66 anos, Yasmin Ortega Bertran celebra o contrato recém-assinado para trabalhar na cozinha de uma grande rede de supermercados em Curitiba. Há um ano na cidade, a cubana encerrou um ciclo de quatro meses trabalhando na informalidade. No novo ambiente de trabalho, mesmo sem falar português, ela já fez amizades: mais da metade das novas cozinheiras também vieram de Cuba. Todas, há menos de um ano.


O grupo faz parte de um movimento migratório recente na cidade, que coloca Curitiba como a capital brasileira com o maior percentual de cubanos entre os estrangeiros que solicitaram refúgio no Brasil em 2025. Segundo o DataMigra, do Observatório das Migrações Internacionais (OBMigra), os estrangeiros vindos de Cuba representam 93% dos 576 imigrantes que solicitaram refúgio na cidade entre janeiro e março deste ano.


O fenômeno é nacional: pela primeira vez em dez anos, Cuba superou a Venezuela no número de pedidos de refúgio ao Brasil. No primeiro trimestre de 2025, cidadãos cubanos fizeram 9.467 solicitações, o equivalente a 52% do total registrado no período. Venezuelanos somaram 5.794 pedidos (31,8%).


Para o prefeito Eduardo Pimentel, um dos motivos para quem vem de Cuba eleja a capital paranaense como destino final é a qualidade de vida que Curitiba oferece aos seus cidadãos.


“Fiquei sabendo dessa procura quando recebi um jornalista da Bloomberg que queria saber o que faz Curitiba ser a cidade mais buscada do país por imigrantes, especialmente os cubanos. Primeiro, porque somos uma cidade humana, atendemos a todos nas redes públicas de Saúde, de Educação. Segundo, porque temos empregos e temos feito grandes esforços para auxiliar os empresários a preencher as vagas em aberto”, disse Eduardo Pimentel.


Busca por trabalho


Em números absolutos, a capital de Roraima, Boa Vista, tem um volume maior da presença cubana: ao todo, foram registradas 2.275 de solicitações de refúgio entre janeiro e março, o equivalente a 61% do total de pedidos. Roraima é a principal porta de entrada no Brasil de cubanos e venezuelanos.


De lá, muitos seguem para países vizinhos ou outras cidades brasileiras em busca de trabalho. Entre as metrópoles brasileiras, Curitiba tem ganhado a preferência.


As unidades do Serviço Nacional de Emprego (Sine) municipal realizaram uma média diária de 11 encaminhamentos de pessoas vindas de Cuba para entrevistas de emprego entre janeiro e maio deste ano.


Qualidade de vida


Colega de Yasmin no novo emprego e há cinco meses em Curitiba, Isabel de La Caridad Navarro Hector, 44 anos, confirma o argumento do prefeito. “Vim para cá porque ouvi falar muito bem de Curitiba. Uma cidade boa para morar, para trabalhar, tem uma população muito boa, muito educada. Estou vendo isso”, disse.


A supervisora de Regional do Muffato, rede que contratou Isabel, Yasmin e suas colegas, Alessandra Nicoletti Debiasio, confirma o aumento recente da presença cubana entre os que procuram pelas vagas.


“Todos os que converso estão aqui há, no máximo, um ano. Contam que escutaram que Curitiba é uma cidade muito boa para morar, com um bom sistema de transporte, profissionais qualificados e oportunidades de trabalho. E dizem que estão satisfeitos com o que encontram aqui”, falou a gerente.


Emprego chegou de ônibus


Yasmin mora no Tatuquara, com uma irmã de 73 anos e um irmão. Ela e as compatriotas foram contratadas durante a Semana Emprega Curitiba – Emprego nos Terminais –, promovida pela Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Inovação (SMDEI), e que levou aos 22 terminais de ônibus da cidade caça-talentos de 66 empresas contratantes.


“Fui abordada no Terminal do Pinheirinho. Agradeço a Deus, acima de tudo, pela oportunidade de voltar a trabalhar aqui neste país; pela cidade ter empresas que contratam pessoas como eu, ‘maiores y jubiladas’ (mais velhas e aposentadas). Vim para fazer uma vida, não apenas para sobreviver”, disse.


Ela conta que jamais imaginaria ser chamada para trabalhar ao descer do ônibus. “Achei uma ideia espetacular. É uma iniciativa que ajuda o desenvolvimento da cidade e ajuda a vida de estrangeiros e nacionais.”


Reverberando


A empresa contratante também tem boa avaliação do Emprega Curitiba nos terminais do transporte coletivo.


“Foi fantástica essa ação, nos deu o maior resultado em contratações. Pelo menos, 40. A abertura que a Prefeitura deu dentro dos terminais nos deu uma visibilidade muito grande. Fizemos uma média de 40 entrevistas nossas em cada terminal a cada dia”, relatou Alessandra.


Ela contou que as abordagens feitas há 15 dias ainda estão reverberando. “Além das contratações que fizemos lá mesmo, estamos tendo o resultado. Gente que recebeu panfleto nos terminais e contou para quem precisa trabalhar”, disse.


Foto: Ricardo Marajó/SECOM

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