12/06/2024
Mulher com esquizofrenia e desnutrida foi vista nua na rua em Ponta Grossa

Uma investigação da Polícia Civil de Ponta Grossa levou à prisão de uma mulher de 50 anos, suspeita de agredir e manter a filha amarrada e desnutrida. O caso ganhou a atenção das autoridades após a vítima ser vista nua na rua. As informações são da delegada Claudia Kruger, responsável pela ocorrência.
A residência fica na Vila Nova, nas proximidades do Jardim América. A vítima de 30 anos tem diagnóstico de esquizofrenia e foi encontrada vivendo em condições de abandono. A mãe dela foi presa preventivamente e deve responder por cárcere privado, com três agravantes.
A delegada conta que a Polícia Civil foi acionada no dia 2 de junho após moradores verem ela sem roupas na rua.
"Essa moça, na realidade, havia escapado de uma residência próxima. Na casa, verificou-se o estado extremo de abandono em que essa moça vivia, em um ambiente insalubre, e também que apresentava visível estado severo de desnutrição", detalha.
"A mãe construiu um muro alto na frente da residência, provavelmente para que ninguém visse o que se passava no local", afirma a delegada.
No mesmo dia, a vítima foi encaminhada ao hospital e a polícia começou a investigar o caso.
"Ela estava vivendo em condições de abandono, além de apresentar visível estado de desnutrição extrema. Durante as investigações, levantou-se que por vezes ela era mantida acorrentada pela própria mãe, além de ser agredida fisicamente", afirma a chefe da Delegacia da Mulher de Ponta Grossa.
A suspeita foi presa preventivamente no sábado (8) pelo crime de cárcere privado, agravado pelo fato de ter sido cometido contra a filha, por perdurar mais de 15 dias e por causar sofrimento extremo à vítima, devido aos maus-tratos praticados, explica a delegada.
"O estado crítico de saúde apresentado pela jovem, visivelmente subnutrida, chocou até policiais mais experientes da delegacia, e, certamente se essa vítima não tivesse sido socorrida, não resistiria por muito tempo", conta a delegada Cláudia Kruger.
A pena prevista pelo Código Penal é de dois a oito anos de reclusão. O nome da suspeita não foi revelado. A delegada também afirma que fez um pedido de acolhimento para a vítima, para que ela não volte a ficar sob os cuidados de familiares.
De acordo com Claudia, dois outros filhos da suspeita (e irmãos da vítima) têm envolvimento com tráfico de drogas e já foram presos pelo crime. Um terceiro filho da suspeita, conforme a delegada, foi executado recentemente - o crime é investigado.
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