03/03/2022
Treinador do Tricolor é o único brasileiro a dirigir um dos quatro times grandes de São Paulo
Rogério Ceni é o maior atleta da história do São Paulo. Sua lista de títulos (confira aqui), têm as maiores conquistas que um jogador pode almejar ao vestir a camisa de um clube, como Taça Libertadores, Campeonato Brasileiro e o Mundial de Clubes. Agora, o ex-jogador tenta refazer a trajetória de glórias como técnico do Tricolor, mas o caminho tem sido mais complicado do que se imagina.
Atual técnico do clube, Rogério Ceni está em sua segunda passagem pelo time paulistano. Sem conquistar títulos e pressionado pela torcida, Ceni já vê no retrovisor a pressão por resultados. Mais do que isso: a sensação de que pode ser trocado a qualquer momento por um técnico estrangeiro, algo que tem acontecido com frequência em outros clubes brasileiros.
Para se ter uma noção, dos três times grandes de São Paulo, apenas o Tricolor tem um brasileiro como comandante. Palmeiras e Corinthians são comandados pelos portugueses Abel Ferreira e Vitor Pereira, respectivamente. No Santos, o novo treinador é o argentino Fabián Bustos.
A tendência também acontece em outros estados. No Rio, o Flamengo contratou o português Paulo Sousa. Em Porto Alegre, o Internacional é comandado pelo uruguaio Alexander Medina. No Ceará, o Fortaleza tem o argentino Juan Pablo Vojvoda, que conquistou uma vaga inédita no clube para a Libertadores deste ano na temporada passada.
Por isso, Ceni tem falado sobre a enxurrada de técnicos estrangeiros no futebol brasileiro. E, ao que tudo indica, em tom de desaprovação. "Eu lamento, acho que tem ótimos treinadores no Brasil. Mas também cada clube faz a contratação, o mercado é livre. Um dia nós também vamos poder, quem sabe, ocupar o mercado estrangeiro novamente. Acho que é um movimento de mercado natural, a vinda dos estrangeiros", disse o ex-goleiro em entrevista coletiva.
"Porque com tantos treinadores assim alguns também vão fracassar, como é natural no futebol. Equipes mais fortes se sobressaem, as de poder aquisitivo não tão grande ou que não vivem momento tão bom tendem a fracassar. E aí o mercado vai voltar. Já teve a época dos técnicos jovens, teve a volta dos treinadores mais velhos, agora o mercado sendo aberto a estrangeiros. Faz parte do mercado, tem que encarar dessa maneira", complementou.
Ceni afirmou ainda que conhece treinadores brasileiros que poderiam estar nos grandes clubes, mas que agora é preciso esperar essa onda de estrangeiros fracassar para que sejam abertas novas oportunidades. "Claro que a gente tem amigos e ótimos treinadores que eu conheço, que poderiam exercer essa função em grandes clubes, mas infelizmente vai ser necessária essa onda de treinadores de fora virem até que o fracasso exista também e volte-se a pensar nos treinadores aqui do Brasil", analisou Ceni.
Nos chamados 12 grandes do Brasil, apenas quatro possuem atualmente técnicos locais: Fluminense (Abel Braga), Grêmio (Roger Machado), São Paulo (Rogério Ceni) e Vasco (Zé Ricardo). Além dos já citados, times como Atlético-MG (argentino Antonio Mohamed) e Cruzeiro (uruguaio Paulo Pezzolano) também ostentam treinadores estrangeiros.
Ceni chegou ao São Paulo após ser demitido do Flamengo em 2021. Como treinador, ele já conquistou títulos como a Série B e a Copa do Nordeste, pelo Fortaleza, e foi Campeão Brasileiro em 2021, com o Flamengo.
Foto: São Paulo FC/Reprodução
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