19/06/2024
Vagner do Prado teve prisão preventiva decretada
Vagner do Prado, suspeito de esfaquear Oziel Branques dos Santos dentro de um ônibus em Curitiba, é suspeito também de matar outras duas pessoas em um intervalo de dez dias, segundo investigações da Polícia Civil do Paraná.
As investigações apontam que no domingo (16), mesmo dia em que matou Oziel, o suspeito teria assassinado um rapaz no centro da capital paranaense.
Vagner do Prado também é suspeito de esfaquear, dez dias antes, a própria companheira, que morreu.
No domingo, Vagner foi preso em flagrante. Segundo a polícia, ele e o sobrinho, que tem 17 anos, assassinaram Oziel quando a vítima tentou interromper ataques homofóbicos proferidos pelos suspeitos contra um casal de passageiros.
Nesta terça-feira (18), a prisão de Vagner foi convertida em preventiva, ou seja, por tempo indeterminado. Na decisão, Fernanda Orsomarzo, juíza responsável pelo caso, considerou a longa ficha criminal do suspeito.
Além disso, justificou a conversão da prisão para a "garantia da ordem pública, especialmente a integridade física e psicológica das vítimas sobreviventes, pela gravidade do crime e da propensão à reiteração delitiva".
"É preocupante constatar que o discurso de ódio a que estão historicamente submetidos determinados grupos sociais vem ganhando cada vez mais força, tolhendo um casal do direito de simplesmente existir sem medo de ser atacado, injuriado ou morto a qualquer momento", diz trecho da decisão.
"A intolerância não faz somente vítimas as pessoas LGBTIA+, mas também cidadãos que, não aceitando o comportamento criminoso de alguns, intervêm e se posicionam, como foi o caso de Oziel, brutalmente assassinado após tentar defender o casal importunado", destacou na decisão.
De acordo com a Polícia Civil, o adolescente que participou da morte de Oziel segue apreendido e teve a internação provisória decretada pela Justiça.
O relatório de processos de Vagner na Justiça Criminal que faz parte das investigações revela que o homem já tinha diversas passagens pela polícia por crimes como roubo, organização criminosa e identidade falsa. Além disso, ele já tinha sido condenado por homicídio.
De acordo com a Polícia Militar, Vagner estava usando uma tornozeleira eletrônica quando foi preso no domingo à noite.
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