Reitor da UFPR apresenta pesquisa da vacina aos vereadores
- JORNALE
- 10 de mai. de 2021
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10/05/2021
Vacina da UFPR pode estar disponível em 2022

A Câmara Municipal de Curitiba (CMC) recebeu, na sessão plenária desta segunda-feira (10), o reitor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), professor Ricardo Marcelo Fonseca. A convite de Maria Leticia (PV), ele apresentou os avanços da pesquisa da vacina contra a Covid-19 e outras ações de enfrentamento à pandemia. O plenário também acatou, nesta manhã, moção de apoio à instituição pelos estudos do primeiro imunizante curitibano e os outros trabalhos voltados ao novo coronavírus.
A expectativa é que a fase 2, de testes pré-clínicos (com camundongos), seja concluída até o final de 2021. Se aprovado nessa etapa e nos testes clínicos (com humanos), o imunizante curitibano poderá ser disponibilizado em 2022. A vacina usa insumos nacionais e tem tecnologia de produção 100% desenvolvida na UFPR.
“Não é um vírus inativado, não é um pedaço do vírus. É uma proteína que imita esse vírus. É uma tecnologia diferente. Ela é, claro, complexa, sobretudo para quem não é da área, mas ao mesmo tempo ela é simples”, relatou o reitor da UFPR. “Simples no sentido de que pode ser feita nos nossos laboratórios, com uma certa facilidade, com insumos muito baratos, com insumos brasileiros, com baixíssimos custos.”
Segundo o professor, o preço de custo ficaria em torno de R$ 6 a R$ 10 por dose, enquanto os imunizantes atualmente aplicados na população, na conversão em dólar, giram em torno de R$ 60. Na fase atual de testes, pré-clínica, conforme o convidado, a vacina pesquisada apresentou resultados superiores na produção de anticorpos que a da AstraZeneca/Oxford.
“Uma vacina que, portanto, é eminentemente brasileira, paranaense e curitibana. Está sendo feita aqui no Centro Politécnico da nossa Universidade Federal do Paraná, no Jardim das Américas”, afirmou. O professor argumentou que todas as vacinas, por mais que essa só fique pronta em 2022, são importantes, já que, “os cientistas dizem isso, essa pandemia chegou para ficar”. Outra vantagem seria não depender da importação de insumos nem de grandes empresas farmacêuticas.
A pesquisa, explicou Fonseca, recebeu um auxílio do Ministério da Ciência e Tecnologia, de cerca de R$ 230 mil. Em abril, a UFPR firmou convênio com o governo estadual para finalizar a fase pré-clínica de testes. Devem ser repassados R$ 700 mil para a compra de equipamentos e custeio da pesquisa e R$ 295 mil para o pagamento de bolsas para pesquisadores em pós-doutorado.
Na sequência, com a autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), serão necessários novos parceiros e recursos financeiros para os testes clínicos. “Ao finalizar essa fase pré-clínica, os custos de qualquer vacina são imensos. E depois precisamos também de uma escala de vacinação”, pontuou. Segundo o reitor, a bancada paranaense no Congresso Federal buscará emendas e deve haver nova contrapartida estadual. A Universidade Federal de Minas Gerais, citou, obteve apoio da Prefeitura de Belo Horizonte.
“O que a Universidade precisa neste momento é de solidariedade, é de reconhecimento, de ajuda. A Universidade não está fazendo algo absolutamente extraordinário. Está fazendo que é sua própria função, aquilo sempre fez. Ciência e tecnologia”, declarou o professor. “Que neste momento de pandemia, tão dramático, serve para salvar vidas.”
O reitor lembrou que a UFPR, prestes a completar 109 anos, foi fundada no prédio que hoje abriga a CMC, antes sede da Assembleia Legislativa do Estado do Paraná (Alep), e é a universidade mais antiga do Brasil. “Esta atualização, professor Ricardo, é muito importante aos vereadores, à sociedade, para acompanharmos esse trabalho desenvolvido pela Universidade Federal do Paraná. Nos traz otimismo, esperança e muito orgulho. Sonhamos que em breve estejamos passando à próxima fase”, observou o presidente do Legislativo, Tico Kuzma (Pros).
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