Projetos da UEL estudam extinção de abelhas no Paraná
- JORNALE
- 15 de jun. de 2021
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15/06/2021
Professora Silvia Helena Sofia coordena estudos sobre comportamento e genética

Elas são muito pequenas, mas bastante importantes para a produção de alimentos em todo o mundo. Devido ao avanço da fronteira agrícola e da depredação da natureza, as abelhas estão ameaçadas de extinção, o que pode ter efeitos colaterais sérios para a humanidade.
Quem se debruça sobre esse tema é a professora Silvia Helena Sofia, do Departamento de Biologia Geral, do Centro de Ciências Biológicas (CCB), da Universidade Estadual de Londrina (UEL). Ela coordena projetos que estudam, há anos, o comportamento e a genética de espécies de abelhas nas zonas rurais e urbanas do Norte do Paraná.
Sofia tem o apoio de cerca de 10 estudantes de pós-graduação e graduação que compõe o Laboratório de Genética e Ecologia Animal (LAGEA), vinculado ao Departamento de Biologia Animal e Vegetal e Biologia Geral.
A pesquisadora dedica-se ao estudo das abelhas desde o mestrado, em 1986. Em 1998, já como professora efetiva da UEL, passou a integrar o projeto Pesquisas Ecológicas de Longa Duração na Mata Atlântica do Norte do Paraná (PELD – MANP). Criado para durar décadas, o projeto, coordenado pelo professor José Marcelo Torezan, do mesmo departamento, é financiado pela Fundação Araucária e CNPq. O PELD – MANP estuda as mudanças provocadas por ações humanas na Mata Atlântica no Interior do Estado.
Estima-se que haja, no mundo, cerca de 20 mil espécies de abelhas. No Brasil, devido à riqueza da fauna e flora, esse número é de cerca de 2 mil espécies, mas pode ser maior.
CARRO-CHEFE – Há mais de 20 anos, a pesquisa “carro-chefe”, segundo Sofia, consiste no sub-projeto das abelhas de orquídeas, que integra o PELD – MANP. A pesquisadora, junto com a equipe de estudantes, acompanha e cataloga as abelhas de orquídeas em regiões de Mata Atlântica remanescente e reflorestadas. Animais de hábitos solitários (90% das abelhas são solitárias, enquanto 10% são sociáveis), as abelhas de orquídeas são umas das poucas que polinizam essas flores.
“O estudo concentra-se na região da Mata dos Godoy e nas áreas de Mata Atlântica do Estado, como Litoral, na Reserva Natural Salto Morato, em Guaraqueçaba, e a Ilha de Superagui”, diz. “O objetivo é avaliar se essas abelhas perderam diversidade genética com o avanço da ação humana. O processo de desmatamento foi muito rápido e isso interferiu na qualidade dos insetos, por colocarmos plantações de monocultura sem áreas florestais por perto”.
VESPAS – Também compõe o PELD – MANP o sub-projeto “Abelhas e vespas de áreas remanescentes de Mata Atlântica e de reflorestamento”, ativo há cinco anos. Nele, Sofia e a equipe de estudantes vão até áreas de mata nativa, com o objetivo de capturar espécies de abelhas e vespas com armadilhas de bambu.
Na universidade, a equipe se debruça para estudar a genética dos animais – as vespas, além de polinizadoras, também são importantes predadoras para o ecossistema.
“Descobrimos que o projeto de reflorestamento feito pelo PELD está conseguindo retomar a fauna de abelhas e vespas solitárias nas regiões de mata nativa. Está funcionando, então”, destaca.
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