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Pós-AVC: Terapia Ocupacional é essencial para vida independente e funcional

11/12/2023


Estratégias personalizadas ajudam o paciente a superar desafios físicos, cognitivos e emocionais



Uma a cada seis pessoas no mundo terá um Acidente Vascular Cerebral (AVC) ao longo da vida, conforme estimativa da Organização Mundial de AVC. Muitas delas sofrerão sequelas, que poderão impactar muito no dia a dia. O AVC – isquêmico ou hemorrágico – é a principal causa de incapacidade no mundo e 50% dos atingidos se tornam dependentes de outras pessoas, segundo a Sociedade Brasileira de AVC (SBAVC).


As habilidades motoras costumam ser a mais afetadas após um AVC, por conta de paralisia ou fraqueza muscular, comprometimento da coordenação e do equilíbrio. A realização de tarefas, como vestir-se, alimentar-se ou tomar banho, passam a ser dificultadas. Mas é possível retomar as atividades essenciais, com a melhoria do controle muscular, da força e da coordenação motora, por meio de sessões de Terapia Ocupacional (TO).


Outras perdas comuns após um AVC estão relacionadas à cognição, fala e visão, variando de pessoa para pessoa. “A TO auxilia nas alterações cognitivas, como problemas de memória, atenção e raciocínio, tomada de decisões e planejamento futuro. A terapia adapta as atividades conforme as necessidades do paciente, tornando-as mais acessíveis e adequadas ao seu estado de saúde”, explica a terapeuta ocupacional Syomara Cristina.


Estas atividades podem envolver o uso de equipamentos de apoio, ajustes no ambiente ou o ensino de técnicas alternativas, que vão facilitar a realização das tarefas. Por isso, a TO se torna essencial para a recuperação pós-AVC, ajudando os pacientes a superar estes desafios físicos, cognitivos e emocionais. “Por meio de estratégias personalizadas, a TO busca melhorar a qualidade de vida dos pacientes, capacitando-os a ter uma vida mais independente e funcional no dia a dia”.


Tratamentos


É importante que o paciente que sofreu um AVC associe outros tratamentos à TO, como fisioterapia, fonoaudiologia, reabilitação neuropsicológica e reabilitação visual, conforme o quadro de saúde. “Cada caso é único e o plano de reabilitação deve ser personalizado de acordo com as necessidades individuais. É importante consultar profissionais de saúde especializados para determinar o programa mais adequado”, orienta Syomara Cristina.


No caso do AVC isquêmico, o foco da terapia ocupacional é na recuperação da função do membro afetado ou no desenvolvimento de habilidades compensatórias. No AVC hemorrágico, além da recuperação funcional, a terapia também trata deficiências cognitivas causadas pelo sangramento no cérebro.


Dentro deste processo de reabilitação após uma lesão neurológica, a terapeuta ocupacional Syomara Cristina aponta a importância de reeducar o cérebro, aliada aos exercícios para estimular, fortalecer e alongar os músculos do corpo, ativando as áreas cognitivas relacionadas a cada um deles.


Método Perfetti


Neste contexto, a terapeuta ocupacional destaca o método Perfetti, que consiste em reaprender a usar determinadas áreas da mente e reorganizar os movimentos. Como explica Syomara Cristina, a Teoria da Reabilitação Neurocognitiva Perfetti propõe que a organização do movimento ocorre no cérebro e que a qualidade da recuperação ou aprendizado do movimento depende dos processos cognitivos ativados. Isso inclui a atenção, percepção, linguagem, memória e resoluções de problemas. A profissional reconhece a interação entre corpo e mente de forma abrangente. O método valoriza o envolvimento ativo do paciente, levando em consideração suas características individuais e necessidades específicas.


“Isso não apenas reativa as funções musculares, mas melhora capacidades cognitivas, como atenção, percepção, memória, imagem motora e resolução de problemas. A reintegração entre corpo e mente e a recuperação das habilidades perdidas são possíveis através dessa abordagem”, afirma.


Syomara Cristina Szmidziuk - atua há 33 anos como terapeuta ocupacional e tem experiência no tratamento em reabilitação dos membros superiores em pacientes com lesões neuromotoras. Faz atendimentos com terapia infantil e juvenil, adultos e terceira idade. Desenvolve trabalhos com os métodos Bobath, Baby Course Reabilitação Neurocognitiva Perfetti, Reabilitação de Membro Superior-Terapia da Mão, Terapia Contenção Induzida (TCI) e Imagética Motora entre outros.


Foto: Freepik/Enviado pela Smartcom




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