PF retoma inquérito da facada em Bolsonaro
- JORNALE
- 21 de out. de 2022
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21/10/2022
Delegado quer novo depoimento de Adélio Bispo

Pressionada por integrantes do governo federal, que têm buscado fatos novos para impulsionar a campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) à reeleição, a Polícia Federal (PF) reabriu o inquérito relacionado à facada sofrida pelo chefe do Executivo em 2018. Também já foi solicitado um novo depoimento do autor da facada, Adélio Bispo.
A informação foi confirmada por fontes da PF e integrantes do governo ao Broadcast Político, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, que pediram para não ser identificadas com medo de represálias. Procurada, a PF disse que “não se manifesta sobre eventuais investigações em andamento”. O Palácio do Planalto não respondeu aos questionamentos e pedidos de posicionamento enviados por e-mail até a publicação desta reportagem.
Bolsonaro foi vítima de um atentado à faca em 6 de setembro de 2018, quando fazia um ato de campanha em Juiz de Fora, Minas Gerais. Desde o início, o próprio presidente e aliados buscam vincular o atentado à esquerda. A PF, porém, já conduziu dois inquéritos a respeito sem encontrar vinculações partidárias, políticas e concluindo que Adélio agiu sozinho.
Ainda assim, o atual responsável pelo caso, o delegado Martín Bottaro Purper, da Diretoria de Inteligência Policial, que assumiu o caso no início do ano, argumenta a necessidade de identificar eventuais mandantes ou financiadores do atentado.
À época deputado federal, Bolsonaro liderava as pesquisas de intenção de voto contra Fernando Haddad (PT), substituto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na chapa petista havia poucos dias, após o líder do partido ter sua candidatura barrada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Existe um consenso entre analistas políticos de que a facada foi determinante para mobilizar votos, numa espécie de “movimento de solidariedade”, que teria ajudado Bolsonaro a conquistar os 46% de votos que o levaram ao segundo turno.
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