31/07/2024
Londrina recebeu uma biofábrica do Método Wolbachia
Depois de Foz do Iguaçu, na região Oeste, agora foi a vez de Londrina, no Norte do Paraná, inaugurar a sua biofábrica do Método Wolbachia. A abertura da nova unidade possibilitará a soltura de 58.087.000 Wolbitos até o fim do ano (2.904.350 por semana), em 139 localidades do município, cobrindo 294 mil habitantes, com o objetivo de conter a proliferação da dengue, Zika e chikungunya. Esses mosquitos não são geneticamente modificados e não transmitem outras doenças.
A inauguração aconteceu nesta terça-feira (30) e teve a participação do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), Ministério da Saúde, Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Instituto WMP (World Mosquito Program) e da Prefeitura de Londrina, todos parceiros da iniciativa. A unidade, de 225 metros quadrados, vai possibilitar a produção do método Wolbachia, que consiste na liberação de mosquitos Aedes aegypti com a bactéria Wolbachia, impedindo que os vírus se desenvolvam no inseto, a fim de evitar a transmissão das doenças.
A nova biofábrica é uma das estratégias para enfrentar, principalmente a dengue no período epidemiológico 2024/2025, que inicia daqui a 15 dias.
“Londrina é um dos municípios com o maior número de casos há anos. O combate à dengue exige um trabalho coletivo, e, quando nós reunimos todos os parceiros, apoiadores e a população, temos grandes probabilidades de ter efetivamente uma estratégia de sucesso. Não podemos excluir também estratégias anteriores que já acontecem”, ressaltou Maria Lúcia Lopes, diretora da 17ª Regional de Saúde.
A wolbachia é um microrganismo intracelular presente em 60% dos insetos da natureza, mas que não está presente no Aedes aegypti. Quando presente nestes mosquitos, ela impede que os vírus dessas doenças se desenvolvam dentro do mosquito, contribuindo para redução de casos.
Uma vez que os mosquitos com wolbachia são liberados no ambiente, eles se reproduzem com mosquitos de campo e ajudam a criar uma nova geração com wolbachia.
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) é quem conduz o desenvolvimento do método no Brasil. De acordo com Diogo Chalegre, líder de relações institucionais e governamentais do Instituto WMP (World Mosquito Program), 133 mil pessoas da região foram abordadas para confirmar a aceitação do projeto, com 99% de adesão. “São cerca de R$ 5 milhões investidos, além do investimento pessoal. Queremos ver os wolbitos voando aqui por Londrina. Eles são daqui mesmo, e estão sobrevoando os bairros da região”, pontuou.
Londrina estava dentro dos critérios utilizados para a escolha da implementação da biofábrica: mais de 100 mil habitantes e grande incidência de doença nos últimos cinco anos.
De acordo com os pesquisadores do projeto o resultado do método poderá ser identificado ou sentido um ano após a soltura dos mosquitos. Por enquanto Foz do Iguaçu e Londrina fazem parte deste projeto, mas a Sesa pretende expandir a iniciativa e já prospecta novas unidades.
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