07/12/2021
Artigo de Larissa Priscila Bredow Hilgemberg
Começo nossa conversa com alguns relatos de mulheres (profissionais/atletas/artistas/professoras), algumas anônimas, outras figuras públicas, mas todas com algo em comum: são mães!
“Aquela vaga de emprego se encaixava exatamente no meu currículo! Mas, a primeira pergunta que me fizeram era seu eu tinha filhos, e, então, a entrevista terminou” (L.)
“Quando decidi ser mãe eu sabia que não seria nada fácil meu retorno, assim como não foi de nenhuma que decidiu voltar a jogar. Ser mulher mãe não deveria ter dificuldades a mais do que já tem. Os homens podem ser pais na hora que eles quiserem, fisicamente não são prejudicados. Não diretamente” (M.)
“Às vezes a gente não consegue (fazer algo/trabalhar) porque tem criança” (C.)
“Antes de entrar em licença maternidade, precisei deixar pronto todo o conteúdo das aulas como se fosse eu quem ministraria a disciplina durante aqueles seis meses” (J.)
Se você é mãe, como eu, é possível que tenha passado por alguma situação parecida como os relatos acima e, provavelmente, já deve ter se sentido na corda bamba da profissão versus maternidade.
Ao mesmo tempo em que sentimos por todos os lados a pressão para nos tornarmos mães, poderosas e perfeitas, que dão o sangue e a vida pelos rebentos, somos cobradas em dobro em nossas profissões e tantas e tantas vezes somos punidas pelo simples fato de sermos mães. Perdemos empregos e chances de novas profissões, perdemos contratos ou patrocínios e até mesmo novas posições na carreira. Contraditório, não é?!
Desafios e adversidades são inúmeros e poderia passar três laudas inteiras falando sobre eles. No entanto, é necessário reclamar por nossos direitos, chamar a atenção para as pressões sociais irreais, gritar para o mundo que as desigualdades não ajudam ninguém – nem sociedade, nem mães, nem pais, muito menos os filhos.
Aos poucos e em passos lentos, encontramos pequenas vitórias, dessas mulheres/mãe/profissionais – vitórias individuais e coletivas. A mãe profissional, que depois da recusa do emprego “perfeito”, encontrou um melhor que a apoiou na dupla jornada “trabalho-maternidade”.
A mãe artista que encontrou uma rede de apoio de outras mulheres também mães e profissionais. A mãe atleta, que por meio de seu desabafo em redes sociais, viu o regulamento de um campeonato esportivo ser alterado e melhorado. A mãe pesquisadora, que agora pode registrar em seu Currículo Lattes o período de licença-maternidade.
Mas ainda há tantas outras adversidades a serem vencidas e tantas conquistas ainda a serem alcançadas. E se você, que leu este texto, não é mãe, convido a ouvir aquelas mães que estão à sua volta, colegas de trabalho, amigas, vizinhas (e até a sua própria mãe!). Reflita sobre as pequenas – e grandes – desigualdades e desenvolva empatia. Que cada mãe possa encontrar empatia e viver muitas pequenas e grandes vitórias e menos adversidades!
*Larissa Priscila Bredow Hilgemberg, mãe, especialista em Pedagogia Empresarial e Educação Corporativa e Docência EAD, professora da área de Linguagens Cultural e Corporal do Centro Universitário Internacional Uninter.
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