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Mulher é resgatada de situação análoga à escravidão em Ponta Grossa

25/05/2024

Ela cuidava de cinco crianças em troca de comida, enquanto o pai viajava


Uma mulher de 51 anos foi resgatada de uma situação análoga à escravidão em um prédio de luxo de Ponta Grossa, nos Campos Gerais do Paraná, segundo a Polícia Civil.

 

De acordo com a delegada Ana Paula Carvalho, a mulher foi contratada para cuidar de cinco crianças e adolescentes enquanto o pai viajava, mas ele não retornou e a ameaçava para que ela não saísse do apartamento.

 

O caso foi descoberto na quinta-feira (23). Duas das meninas são gêmeas e têm 16 anos e as crianças têm três, sete e nove anos.

 

 “A mulher é a vítima. Ela foi contratada para ficar na residência por apenas dez dias, mas já estava há mais de 25 dias sem poder sair e estava trabalhando em troca de comida [...] Ela estava sendo submetida a jornadas exaustivas e restrição de locomoção da vítima, uma vez que além de permanecer 24 horas cuidando dos filhos do autor e da limpeza do imóvel, esta era impedida de deixar as crianças sob ameaça de que responderia pelo crime de abandono de incapaz”, explicou a delegada.

 

A mulher contou que o homem dava datas de quando voltaria, mas não cumpria, e ameaçava processá-la caso ela fosse embora do apartamento.

 

"Ele falava que se eu abandonasse ia dar abandono de incapaz. Eu trabalhava 24 horas por dia, por todos esses dias. [...] Eu dormia num sofá com três crianças, e dormia uma das gêmeas e a menor num quarto onde só tinha uma cama", afirmou a vítima.

 

A delegada afirma que a mãe das crianças e adolescentes mora em Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul, e tinha um acordo informal com o pai em relação à divisão da guarda.

 

Os jovens foram atendidos pelo Conselho Tutelar e estão em uma instituição de acolhimento. A mãe chegou nesta sexta-feira (24) em Ponta Grossa para tentar reaver a guarda, mas a decisão depende da Vara da Infância e Juventude, explica a delegada.

 

O homem possui diversas passagens pela polícia por crimes como estelionato, por exemplo. Segundo a delegada, agora ele vai responder por redução a condição análoga à de escravo, cuja pena prevê de dois a oito anos de prisão, em caso de condenação.

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