MPPR abre investigação sobre professora que fez gesto nazista durante aula
- JORNALE
- 12 de out. de 2022
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12/10/2022
A professora foi demitida da instituição

O Ministério Público do Paraná (MPPR) instaurou procedimento investigativo sobre a professora que foi filmada em sala de aula fazendo saudação nazista em Ponta Grossa, na região dos Campos Gerais, no Paraná. “O Ministério Público do Paraná informa que foi instaurado Procedimento Investigatório Criminal no âmbito da 8ª Promotoria de Justiça de Ponta Grossa (PIC nº MPPR-0113.22.004926-7) e Notícia de Fato junto à 15ª Promotoria de Justiça, que tem atribuição na área da educação, para apuração dos fatos e eventual responsabilização dos envolvidos. Em razão da presença de adolescentes foi imposto sigilo no caso”, diz nota encaminhada pela assessoria do MPPR à redação do Bem Paraná. A cena gravada por um aluno do Colégio Sagrada Família viralizou. A professora foi demitida da instituição.
No vídeo, feito na sexta passada, dia 7, é possível ver o momento em que um aluno se afasta da mesa da educadora e, logo em seguida, ela leva a mão à testa e depois estende o braço, num gesto adotado pelos nazistas para saudar Adolf Hitler. Internautas comentaram a cena, a maioria deles condenando o gesto da professora de redação. Nas redes sociais da professora, identificada como Josete Biral, há diversas publicações de apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PL). Em entrevista à Folha de São Paulo, o advogado da professora, Alexandre Jorge, negou que a saudação seja nazista: “O posicionamento dela é que não existiu qualquer gesto típico de saudação nazista. Foi no momento de descontração, no encerramento da aula, que se for se considerar gesto típico de alguma natureza seria saudação à bandeira e à pátria”.
A Confederação Israelita do Paraná (Feip) e a Confederação Israelita do Brasil (Conib) se manifestaram em nota sobre o episódio na segunda (10). “Esperamos rigorosa apuração dos fatos e punição exemplar à referida profissional. O nazismo é um movimento que promove o ódio e a morte e executou o extermínio de 6 milhões de judeus e outras minorias, como ciganos e LGBTQIAP+, durante a a Segunda Guerra Mundial. ele deve ser combativo de forma efetiva, conforme legislação vigente”, diz a nota.
O Museu do Holocausto, em Curitiba, postou no Twitter que encaminhou as imagens para o Ministério Público do Estado do Paraná (MPPR) e para o Ministério Público Federal (MPF-PR). “Para esses casos, não existe qualquer possibilidade de neutralidade. Apologia ao nazismo se compactua ou se repudia”, diz postagem no perfil do Twitter do Museu.
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