06/05/2022
De acordo com o Sindicato, venceu o prazo de 72 horas dado para empresa
Os metalúrgicos da Renault, em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), entraram em greve, na manhã desta sexta-feira (6), por tempo indeterminado. A categoria pede melhores condições de trabalho e protesta contra as demissões dos últimos dois anos.
De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC), nesta sexta venceu o prazo de 72 horas dado para empresa responder às solicitações.
A paralisação na linha de produção da Renault é motivada, principalmente, pela Participação nos Lucros e Resultados (PLR-2022/23), afetada pelos ajustes da montadora nas bases do acordo de flexibilidade e competitividade firmado em 2020. Segundo o presidente do Sindicato, Sérgio Butka, o objetivo é rever essa questão em conjunto com a montadora.
“Estamos em protesto porque queremos rediscutir com a presença a renovação do acordo por mais dois anos. A empresa está colocando toda dificuldade do grupo a nível global e não a dificuldade dos trabalhadores. Nós fizemos um acordo há dois anos para dar competitividade e flexibilidade à empresa para manutenção de empregos, só que nesses dois anos foram dois mil trabalhadores que foram demitidos”, disse.
A greve também é motivada pelos cerca de 2 mil trabalhadores que se desligaram pelo Plano de Demissão Voluntária(PDV) após o acordo fechado em 2020. O Sindicato afirma que o número de trabalhadores reduziu de cerca de 7 mil para 5 mil em dois anos e que atualmente a carga horária também diminuiu, mesmo assim os metalúrgicos cumpriram as metas de produção impostas pela Renault.
“As condições salarias e sociais dos trabalhadores foram precarizadas nesses dois anos. A PLR de patamares de R$ 28 mil caiu para R$ 13 mil. Nós queremos rediscutir essa PLR, as perdas salariais dos últimos dois anos e alguns setores que estão com salários defasados”, citou Butka.
Uma nova assembleia da categoria está prevista para próxima segunda-feira (9).
A Renault, em São José dos Pinhais, emprega cerca de 5 mil trabalhadores que produzem os modelos Duster, Captour, Kwid, Sandero, Logan, Oroch e Master. A unidade brasileira ainda conta com uma fábrica de motores.
Por meio de nota, a Renault do Brasil informou que “o Acordo Coletivo de Trabalho, aprovado em assembleia promovida pelo Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba, em 11 de agosto de 2020, tem duração de quatro anos, com vigência de setembro de 2020 a agosto de 2024.
A Renault tem cumprido com o acordo coletivo, em sua totalidade, e está aberta ao diálogo. No dia 3 de maio a empresa propôs um calendário de reuniões com o Sindicato, com início previsto em 9 de maio”.
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