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Grupo Carpa retira proposta de compra da SAF do Paraná

26/03/2024

Dívidas do clube e imbróglio com a sede da Kennedy dificultam o negócio



A SAF do Paraná Clube está, novamente, na espera por propostas. O Grupo Carpa (intermediado pela Pluri Consultoria Economista, responsável pela assessoria de clubes brasileiros no processo de transformação para SAF) retirou a oferta de investimento de R$ 430 milhões por 90% da SAF, feita em novembro do ano passado e depois aprovada pelo Conselho Deliberativo do Paraná Clube.

 

A retirada da oferta foi formalizada no processo judicial na sexta-feira. A Carpa avalia se fará uma nova proposta ou se vai desistir em definitivo de adquirir a SAF do Paraná Clube, mas pessoas ligadas ao grupo mostram um tom mais pessimista sobre o assunto. O Paraná Clube segue na expectativa por um desfecho positivo.

 

Um dos principais problemas é em relação à situação de dívidas tributárias do clube com o Governo Federal, que chegam a R$ 48 milhões e não entram na Recuperação Judicial. O Paraná Clube não participou de uma audiência para renegociação de dívidas, prevista para a semana passada, e pediu uma nova data junto à União.

 

Em novembro de 2023, o grupo de investidores se mostrou disposto a pagar parte da dívida do Paraná Clube, que com a Recuperação Judicial caiu de R$ 126 milhões para aproximadamente R$ 68 milhões.

 

A sede da Kennedy entrou como garantia neste processo. Os investidores contavam com o leilão do imóvel, mas isso esbarrou em uma cláusula de finalidade, que restringe o uso do local apenas para atividades esportivas.

 

Sem o leilão, a Carpa indicou também que não daria continuidade à SAF, uma vez que teria que assumir toda a dívida, comprometendo o investimento no futebol.

 

No processo da recuperação judicial, o Governo Federal se manifestou sobre a sede da Kennedy, pontuou que "foi avaliado em pouco mais de 68 milhões nos autos" e que é necessário "considerar a possibilidade de que a alienação ocorra por valor inferior em leilão judicial".

 

A cláusula de finalidade sobre a sede da Kennedy vem de uma lei municipal nº 1550/1958, aprovada no governo do prefeito Ney Braga. A lei diz que o patrimônio precisa ter fins de lazer e recreação esportiva. O Paraná Clube tenta apoio do poder público para tentar revogar essa lei.

 

O Paraná Clube, o advisor da Sportsview e o grupo de investidores defendem que a sede da Kennedy não tem valor significativo de mercado ao limitar o uso do espaço. O imóvel de 28 mil metros quadrados foi doado pela prefeitura para o Esporte Clube Água Verde, que depois virou Pinheiros, e deu origem ao Tricolor.

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