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Governo quer barrar projeto de “privatização das praias”

04/06/2024

Proposta permite transferência de terrenos do litoral a proprietários privados


O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou, nesta segunda-feira (3), que o governo é contra a proposta que permite a privatização de áreas de acesso às praias brasileiras e vai trabalhar para suprimir esse trecho no projeto que tramita na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado.

 

A proposta de emenda à Constituição (PEC) que transfere a propriedade dos terrenos do litoral brasileiro do domínio da Marinha para estados, municípios e proprietários privados voltou a ser discutida no último dia 27 de maio, em audiência pública no Senado. Aprovado em fevereiro de 2022 na Câmara dos Deputados, a PEC estava parada na CCJ do Senado desde agosto de 2023.

 

Nos últimos dias, repercutiu nas redes sociais o debate em torno do tema, com posicionamentos da atriz Luana Piovani contra a medida e do jogador de futebol Neymar a favor da PEC.

 

Sob relatoria do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), a PEC gera divergências. Organizações ambientalistas alertam que a aprovação da proposta pode comprometer a biodiversidade do litoral brasileiro, enquanto o relator defende que a mudança é necessária para regularizar as propriedades localizadas nos terrenos da Marinha e que as áreas geram prejuízos aos municípios.

 

A PEC exclui o inciso VII do artigo 20 da Constituição, que afirma que os terrenos de Marinha são de propriedade da União, transferindo gratuitamente para os estados e municípios “as áreas afetadas ao serviço público estadual e municipal, inclusive as destinadas à utilização por concessionárias e permissionárias de serviços públicos”. Além das praias, a União detém a propriedade de margens de rios e lagoas onde há a influência das marés.

 

Para os proprietários privados, o texto prevê a transferência mediante pagamento para aqueles inscritos regularmente “no órgão de gestão do patrimônio da União até a data de publicação” da emenda à Constituição. Além disso, autoriza a transferência da propriedade para ocupantes “não inscritos”, “desde que a ocupação tenha ocorrido pelo menos cinco anos antes da data de publicação” da PEC.

 

Ainda segundo o relatório do senador, permanecem como propriedade da União as áreas hoje usadas pelo serviço público federal, as unidades ambientais federais e as áreas ainda não ocupadas.

1 Comment


ribeirodequeirozadv
Jun 06, 2024

Terreno de marinha não significa "terreno da Marinha". A Marinha não tem terreno, quem tem é a União Federal, que pode estabelecer critérios de cessão ou outorga. Vale a pena este resuminho do google:"Maritimidade e continentalidade são fatores climáticos associados à localização de uma área com relação aos oceanos e atuam diretamente na temperatura, mais precisamente na amplitude térmica, e também na umidade do ar. Regiões mais próximas do mar recebem a influência da maritimidade, enquanto nas áreas mais distantes do litoral é a continentalidade que atua na dinâmica do clima."


Veja mais sobre "Maritimidade e continentalidade" em: https://brasilescola.uol.com.br/geografia/maritimidade-continentalidade.htm

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