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Governo do Paraná investiga suspeita de tráfico de pessoas

  • Foto do escritor: JORNALE
    JORNALE
  • 19 de out. de 2022
  • 2 min de leitura

19/10/2022


Denúncia diz que há pelo menos vinte brasileiros entre as vítimas



O Governo do Paraná informou que investiga suspeita de tráfico de pessoas na Ásia e que entre as vítimas estão vinte brasileiros. Segundo o governo estadual, pelo menos cinco paranaenses estão no grupo suspeito de estar em cárcere privado e em situação análoga à escravidão no Camboja.


O Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty) e a Polícia Federal (PF) foram acionados pelo Paraná e estão na investigação, mas até a publicação desta reportagem, não responderam sobre o caso. Leia mais abaixo.


O governo do Paraná afirmou também ter acionado a Organização Internacional para as Migrações (OIM), braço da ONU que também está mobilizado para prestar assistência às vítimas.


De acordo com o governo estadual, as vítimas relataram terem ido para o país asiático convencidas a trabalhar com venda de moedas digitais para brasileiros. O salário seria de 900 dólares por mês (pouco mais de R$ 4 mil), além de moradia, refeições e das passagens aéreas.


O governo diz ter sido acionado por vítimas que conseguiram acesso à internet. O Paraná afirma estar prestando auxílio a todos os integrantes do grupo, mesmo os que não são paranaenses.


Um vídeo mostra o suposto local onde os brasileiros ficariam: um quarto com várias camas beliche, banheiro e uma sacada fechada por grades.


Segundo a coordenadora do Núcleo de Enfrentamento de Tráfico de Pessoas (NETP-PR ) da Secretaria de Justiça, Família e Trabalho (Sejuf), Silvia Xavier, os grupos com vítimas costumam sair do Brasil por São Paulo.


"Eles saem de São Paulo em grupo, geralmente. Quando chegam no Camboja, eles são retirados da fila de migração, vão para uma sala onde têm os seus passaportes carimbados e, a partir dali, eles vão para uma van e vão para o destino onde devem realizar o trabalho deles".


Silvia explica, entretanto, que a realidade que os brasileiros encontram no país é diferente das promessas recebidas enquanto estavam no Brasil.


"Nesse local, a fala é de que as instalações são horríveis, as camas não têm colchão e eles são obrigados a ficar nesses quartos de 10 a 12 horas por dia, onde eles pagam multas por qualquer atitude [...] E é bem típico de tráfico de pessoas, porque eles têm o documento retido, a liberdade privada e uma dívida a ser paga."


A coordenadora detalhou que entre os abusos está o cerceamento de idas ao banheiro. Ela disse que as pessoas têm cinco minutos para ir ao banheiro e, caso passem o tempo, pagam multa.


As vítimas também são supervisionadas 24 horas por dia.

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