Ex-ministros de Bolsonaro depõem na CPI nas próximas semanas
- admjornale
- 11 de mai. de 2021
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11/05/2021
O presidente da CPI da Covid, Omar Aziz (centro), o vice, Randolfe Rodrigues (esq), e o relator, Renan Calheiros
Foto: Jefferson Rudy/Jefferson Rudy/Agência Senado

Foto: Jefferson Rudy/Jefferson Rudy/Agência Senado
A Comissão de Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid está com a agenda definida para as próximas três semanas. O depoimento do publicitário Fabio Wajngarten, na quarta-feira, é que traz mais expectativa.
A oposição espera que o ex-titular da Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom) implique o presidente Jair Bolsonaro ao tentar responsabilizar o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello por falhas na formalização de contratos para compra de vacinas. Wajngarten é tido como um aliado do "gabinete do ódio", que dá suporte aos ataques bolsonaristas nas redes.
Wajngarten entrou no foco da CPI após dizer à revista “Veja” que o Ministério da Saúde, então sob Pazuello, foi "incompetente" e "ineficiente" no combate à crise. À publicação, Wajngarten explicou que travou “um intenso duelo” com Pazuello e que participou de esforços para viabilizar a compra da vacina norte-americana, no segundo semestre de 2020.
Na terça (11), será ouvido o presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres. Ele deve falar sobre o processo de liberação de vacinas contra o coronavírus. A reunião está marcada para as 10h.
Na quinta-feira, será ouvido representante da Farmacêutica Pfizer. Na próxima semana, duas audiências com potencial explosivo: o ex-chanceler Ernesto Araújo, na terça-feira (18), e Pazuello, na quarta-feira (19).
Na quinta-feira (20), os senadores ouvem a secretária de Gestão do Trabalho do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro. Ela ficou conhecida como “capitã Cloroquina” e foi a responsável pelo planejamento de uma comitiva de médicos que difundiu o uso de medicamentos sem eficácia comprovada contra a covid-19 em Manaus, dias antes de o sistema de saúde do Amazonas entrar em colapso, em janeiro.
Haverá ainda uma “semana da vacina”, quando serão ouvidas as representações do Instituto Butantan (responsável pela Coronavac), dia 25; da Fiocruz (pela Oxford/Astrazeneca), dia 26, e da União Química (Sputnik V), dia 27.
Os senadores devem apreciar ainda esta semana 229 requerimentos. Se aprovados, ao menos dez ministros do presidente Jair Bolsonaro podem ser chamados a depor. O titular da Saúde, Marcelo Queiroga, que depôs à na semana passada, pode ser reconvocado.
Há ainda requerimentos de convocação para Paulo Guedes (Economia), Walter Braga Netto (Defesa e ex-Casa Civil), Luiz Eduardo Ramos (Casa Civil e ex-Secretaria de Governo), Carlos Alberto Franco França (Relações Exteriores), Anderson Torres (Justiça), Marcos Pontes (Ciência, Tecnologia e Inovações), Flávia Arruda (Secretaria de Governo) e Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos) e o ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Wagner Rosário.
Também há pedidos para que prestem depoimento o diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem, e o deputado Osmar Terra (Cidadania).
Já os governistas querem ouvir os governadores Rui Costa (Bahia), Hélder Barbalho (Pará) e João Doria (São Paulo), além de Wilson Lima (Amazonas). O diretor-geral da Polícia Federal, Paulo Maiurino, pode ser chamado a depor sobre operações que apuram o desvio de R$ R$ 2,1 bilhões em repasses da União para o enfrentamento da pandemia em Estados e municípios.
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