Em dois anos, Bolsonaro aumenta os negócios com a China
- JORNALE
- 15 de dez. de 2020
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15/12/2020
Fatia da participação chinesa nas exportações brasileiras chegou a 34,1%

Em março de 2018, pré-candidato à presidência da República, Jair Bolsonaro visitou a ilha de Taiwan, território autônomo considerado pela China uma província rebelde. O tour pela Ásia, feito com os filhos, gerou reação da embaixada chinesa em Brasília, que, em uma carta, afirmou ver a visita com "profunda preocupação e indignação".
"Não só afronta a soberania e integridade territorial da China, como também causa eventuais turbulências na Parceria Estratégica Global China-Brasil, na qual o intercâmbio partidário exerce um papel imprescindível."
Não seria a primeira nem a última provocação. Alguns meses depois, Bolsonaro criticou a relação comercial entre o Brasil e o país asiático, acusando a China de estar tentando comprar o país, e não do Brasil.
Dois anos depois, entretanto, a fatia chinesa nas exportações brasileiras se ampliou e as empresas do país asiático continuam investindo no país, como apontam os dados compilados pela Sobeet (Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais e da Globalização Econômica).
Uma montanha-russa diplomática
Diante do discurso de campanha hostil, o governo Bolsonaro começou com muitas incertezas sobre a postura em relação à China, relembra o diplomata Marcos Caramuru, embaixador do Brasil na China entre 2016 e 2018.
Passado um momento inicial de apreensão, contudo, veio uma relativa "calmaria", com a visita do vice Hamilton Mourão — a primeira oficial — e a reativação da Cosban (Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação), fórum de negociação comercial capitaneado pelos vices de ambos os países e que estava paralisada desde 2015.
O próprio Bolsonaro foi à China em outubro de 2019 e, no mês seguinte, o presidente chinês, Xi Jinping, retribuiu a visita — "um momento importante, em que algumas arestas foram esclarecidas".
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