26/07/2024
Herdeiro do chavismo, Maduro foi acusado pela comunidade internacional de perseguir e prender opositores
Os dois principais candidatos da eleição presidencial da Venezuela, marcada para domingo (28), estão fazendo os últimos comícios de campanha. Nicolás Maduro pretende se reeleger para mais seis anos - e tem reprimido adversários. A comunidade internacional está preocupada e atenta.
Apoiadores dos dois candidatos dividiram Caracas. Os do candidato da oposição, Edmundo Gonzalez, e de sua principal cabo eleitoral, Maria Corina Machado, se concentraram na região leste da capital. Os do presidente, na região central.
Aos 61 anos, Nicolás Maduro disputa o terceiro mandato seguido. Ele foi eleito pela primeira vez em abril de 2013, um mês depois do falecimento do presidente Hugo Chávez, de quem era vice.
Herdeiro do chavismo, Maduro foi acusado pela comunidade internacional de perseguir e prender opositores e desrespeitar direitos políticos durante os anos à frente da Venezuela. Maduro tem adotado um discurso de intimidação a adversários e eleitores. Na semana passada, ele declarou que caso perca a eleição, haverá "banho de sangue" e "guerra civil".
O adversário de Maduro é o diplomata aposentado Edmundo Gonzalez Urrutia, de 74 anos. Ele se tornou o candidato da oposição de última hora, depois que os tribunais controlados por Maduro impediram a ex-deputada Maria Corina Machado e da substituta dela, a filósofa Corina Yoris.
Ao longo da campanha, Gonzalez defendeu o retorno dos venezuelanos que estão no exterior - são mais de 7,7 milhões, segundo a ONU - e prometeu a recuperação da economia. A inflação em 2023 foi de cerca de 189%. Mais da metade da população vive abaixo da linha da pobreza.
A eleição na Venezuela é uma disputa desigual. Maduro usa a estrutura do governo para fazer campanha. A TV estatal só veicula notícias e pesquisas de opinião favoráveis a ele. Pesquisas de opinião independentes apontam que Edmundo Gonzalez tem mais de 30 pontos percentuais de vantagem sobre Nicolás Maduro. Já um instituto pró-governo diz que o cenário é o contrário: é Maduro quem lidera com ampla vantagem.
Jornalistas independentes sofrem perseguições. Seis apoiadores de Edmundo Gonzalez buscaram refúgio na embaixada da Argentina na Venezuela, com receios de serem presos.
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