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Diretor de hospital é indiciado por lesão corporal grave no Paraná

12/04/2024

Médico teria causado internação de paciente em UTI por cirurgia inadequada



O diretor médico de um hospital de Manoel Ribas, na região central do Paraná, foi indiciado por lesão corporal grave e fraude processual devido a um procedimento feito em um paciente, segundo a Polícia Civil.

 

As investigações iniciaram após denúncia anônima apontar que o profissional teria realizado um procedimento inadequado e sem a cautela necessária.

 

O caso é relacionado ao diretor do hospital municipal Santo Antônio. Segundo o delegado Mateus Macêdo, o fato ocorreu no dia 20 de janeiro e o inquérito, que apurava a negligência médica, foi finalizado nesta quinta-feira (11).

 

"Apuramos que a vítima foi realizar um procedimento de drenagem de um abscesso no hospital, que possui centro cirúrgico. Contudo, o médico fez a retirada em um consultório em frente ao banheiro do local, sem os devidos cuidados. Conforme relato do próprio paciente, ele ainda apoiou os bisturis antes de fazer o procedimento em uma escada de acesso à maca da paciente, sem qualquer tipo de esterilização", explica o delegado Macêdo.

 

A equipe de investigação alega que, após o atendimento, o paciente contraiu uma bactéria que o deixou internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) durante nove dias.

 

A polícia também afirma que "o suspeito ainda atuou para impedir o progresso das investigações, alterando laudos".

 

"Durante as diligências, a equipe policial ainda apurou que o prontuário solicitado pela equipe estava diferente do que é encaminhado normalmente. Na leitura do respectivo, notava-se que o conteúdo estava divergente das imagens retiradas ainda no local após o atendimento e do relatado pela vítima e sua acompanhante", detalha a Polícia Civil.

 

O profissional foi indiciado pelos crimes de lesão corporal grave realizado mediante dolo eventual, ocasião em que incorreu no crime de fraude processual. O inquérito foi encaminhado ao Ministério Público (MP), que pode, ou não, fazer a denúncia para a Justiça.

 

A defesa do médico afirma que vai prestar "todos os esclarecimentos em juízo".

 

O delegado Mateus Macêdo explica que o diretor médico chegou a ser afastado do hospital por 30 dias, após a Justiça atender pedido feito pela polícia, mas que atualmente o profissional está trabalhando normalmente.

 

Em nota, o Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM-PR) informou que foi notificado pela polícia a respeito da denúncia e "está tomando todas as providências cabíveis".

 

"Conforme determinação do Código de Processo Ético-Profissional, o trâmite dos procedimentos ocorre sob sigilo, assegurando-se os requisitos de contraditório e ampla defesa", afirma o texto.

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