28/01/2025
Ambos foram citados em depoimento de Mauro Cid
(Estadão Conteúdo)

O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Passos Rodrigues, disse que a investigação da corporação não encontrou provas suficientes para indiciar Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Michelle Bolsonaro (PL) na apuração sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, nesta segunda-feira, 27, o chefe da PF afirmou que, embora o ex-ajudante de ordens da Presidência Mauro Cid tenha mencionado os dois em delação premiada, não foram obtidos elementos adicionais que comprovassem envolvimento direto deles no caso.
"A investigação apontou elementos relacionados a outras pessoas, mas, no caso concreto, não encontramos provas que confirmassem participação dessas duas pessoas", explicou o diretor da PF. Entre novembro e dezembro de 2024, 40 pessoas foram indiciadas nesse inquérito, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e os ex-ministros Walter Braga Netto e Augusto Heleno.
A delação premiada de Mauro Cid, homologada em setembro de 2023, descreveu três grupos distintos ao redor de Bolsonaro após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições. Segundo Cid, enquanto o grupo de "conservadores" buscava transformar Bolsonaro em líder da oposição, o núcleo dos "moderados" rejeitava ações radicais. Já o grupo de "radicais" era dividido entre os que questionavam a integridade das urnas e os que defendiam ações armadas.
No depoimento, Cid destacou que Eduardo e Michelle Bolsonaro estavam no núcleo mais radical e incentivavam Bolsonaro "constantemente" a dar um golpe de Estado. Em resposta, Eduardo Bolsonaro criticou o processo investigativo conduzido pelo STF, afirmando que não há garantias de ampla defesa. Michelle ironizou as acusações em publicações nas redes sociais.
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