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Comunidade ucraniana no Paraná pede que Bolsonaro visite a Ucrânia

14/02/2022


Presidente brasileiro fará visita a Putin nesta semana



As comunidades ucranianas e grupos folclóricos de São Paulo, Paraná e Santa Catarina preocupadas com a possibilidade de uma invasão russa ao território da Ucrânia se mobilizaram neste fim de semana. Várias atividades foram realizadas nos dias 12 e 13 em prol da solidariedade com a Ucrânia e o apelo pela ação internacional para evitar uma invasão. Em São Paulo as ações na Igrejas Grevo Católica e Ortodoxa, No Paraná os Grupos Vesselka. Barvinok, Poltava, Verkhovna e as várias comunidades das Igrejas em Curitiba, Fazenfa Rio Grande, Prudentopolis, Cascavel, Maringá e em Santa Catarina em Mafra e Papanduva. Uma carta foi protocolada ao presindente de República, Jair Bolsonaro.


Vitório Sorotiuk, presidente da Representação Central Ucraniano Brasileira, disse que a comunidade ucraniana enviou uma carta ao Presidente da República, Jair Bolsonaro, que deve ser reunir com o presidente da Rússia, Vladimir Vladimirovitch Putin, nesta semana. Bolsonaro viaja nesta segunda-feira, 14, para a Rússia, onde cumpre agenda ofiial até a próxima quinta-feira, 17 de fevereiro. Na carta, a comunidade pede que Bolsonaro visite Kiev, capital a Ucrânia.


Na carta, a comunidade cita o cerco da Rússia a Ucrânia e a guerra híbrida que já afeta a comunidade ucraniana brasileira formada por 600 000 brasileiros descendentes. Pede ainda que o Brasil deve aplique o artigo 4 de sua Constituição Federal que estabelece como princípios: a autodeterminação dos povos, não intervenção, defesa da paz e solução pacífica dos conflitos.


"Nós não nos opomos que Vossa Excelência visite Moscou e mantenha relações econômicas e comerciais com a Rússia mesmo porque nós integramos os BRICS e temos a vocação para a paz. Entretanto, gostaríamos de expressar que o conflito na fronteira da Ucrânia com a Rússia é também assunto do Brasil, diz a carta assinada por Sorotiuk e entidades ligadas à comunidade.


Em outro trecho, Sorotiuk diz que a comunidade já é afetada pelo conflitol e, por isso, solicitam que "Vossa Excelência levasse em conta que milhares de brasileiros descendentes de ucranianos e nossos amigos já tem suas vidas afetadas com a apreensão e estresse emocional temendo pela vida de seus ancestrais e parentes. A Ucrânia em 1994 era o terceiro arsenal nucelar do planeta e desfez-se dessas armas de destruição em massa em troca da assinatura pela Rússia, Estados Unidos, Inglaterra e Irlanda do Norte, depois tendo se somado a França e a China no denominado Memorando de Budapeste de garantias em respeitar a independência, a soberania e as fronteiras existentes da Ucrânia naquela data", pontua.


Cita ainda que em 2014 a Rússia ocupou a Crimeia, o que "fez do Memorando de Budapeste letra morta, e trava uma guerra de agressão nas províncias do leste ucraniano de Donetsk e Luhansk." Esta guerra, segundo a carta teria custado à Ucrânia mais de 14.000 mortos, mais de 30.000 feridos e 1,5 milhão tiveram de sair dos locais onde moravam. Destes mortos, feridos e deslocados muitos são familiares de brasileiros, segundo relato de Sorotiuki.


Na carta, o representante da comunidade, lembra que Brasil cumpre o seu 11º mandato como membro não permanente do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas e é sua função defender nos foros internacionais a Constituição do Brasil que prega em seu Art. 4.º a autodeterminação dos povos, a não-intervenção, igualdade entre os Estados, defesa da paz e a solução pacífica dos conflitos. Cita que o Brasil em 2015 passou a ser um dos apoiadores dos acordos de Minsk nos termos da Resolução 2022 do Conselho de Segurança da ONU.


"Os ucranianos fazem parte da nação brasileira. A questão ucraniana é também um assunto do Brasil, seja porque milhares de seus filhos tem laços de sangue e cultural com a Ucrânia seja porque o Brasil faz parte do concerto das Nações Unidas onde se busca estabelecer a paz e a solução pacífica dos conflitos. O Brasil precisa se alinhar com seus filhos e fazer tudo pela paz", afirma Sorotiuk.

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