25/10/2023
Vinte e quatro alunos de 8 a 13 anos de Foz do Iguaçu e Cidade do Leste participaram das oficinas

Pensando em tornar espaços públicos locais de acolhimento, 24 crianças de três nacionalidades – brasileira, paraguaia e venezuelana – idealizaram as praças que desejam em Foz do Iguaçu e Cidade do Leste, municípios na fronteira entre Brasil e Paraguai. Com idade entre 8 e 13 anos, elas participaram das oficinas promovidas pelo projeto Conexões Urbanas, iniciativa do Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat), que tem apoio da Superintendência Geral de Desenvolvimento Econômico e Social (SGDES) e da Secretaria de Estado das Cidades (Secid).
As oficinas foram realizadas em agosto na Escola Municipal Olavo Bilac e na Escuela Nuestra Señora del Huerto, nas quais os alunos projetaram uma maquete defendendo as intervenções que queriam nos espaços públicos. Nesta semana, a equipe do projeto retornou aos colégios para apresentar os projetos arquitetônicos que compilam suas propostas.
Os projetos foram entregues às prefeituras dos dois municípios, que serão as responsáveis pelo financiamento e implementação da obra. Para facilitar essa ponte, os projetos serão desenvolvidos em parceria com a Secretaria de Planejamento e Captação de Recursos de Foz do Iguaçu e com a Direção de Relações Internacionais de Cidade do Leste.
“É muito interessante ver entidades como o ONU-Habitat engajando crianças aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável”, afirma Julia Serafim, Coordenadora de Projetos Internacionais do SDGES. Ela destaca que essa iniciativa trabalha diretamente o ODS 11: Cidades e Comunidades Sustentáveis. “O projeto é muito bem desenvolvido pelo ONU-Habitat junto à prefeitura e às crianças. A expectativa agora é alta para que esse projeto se concretize”, afirma.
Para a coordenadora local do Conexões Urbanas, Camilla Almeida, os espaços públicos são estratégicos para o tema de imigração, já que servem de apoio para manifestações e apropriações culturais diversas. “O espaço público pode ser o lugar de acolhimento e integração de pessoas de múltiplas nacionalidades. E o que torna um espaço público de fato inclusivo? A participação da população, que vai desde a escuta em atividades coletivas, visando consolidar o desenho de um espaço, até o seu uso, estimulando ações que permitam que intercâmbios culturais aconteçam”, explica.
A secretária municipal de Direito Humanos, Rosa Maria Jerônymo, parabenizou as crianças pelo cuidado com o espaço. “Um espaço público deve ser de todo mundo, e nesse projeto as crianças se reconheceram umas às outras independente da nacionalidade e das suas diferenças”, disse ela.
O evento de apresentação do projeto também contou com a presença da assessora de Projetos Internacionais da SGDES, Inglid Brunismann; do secretário de Planejamento e Captação de Recursos de Foz do Iguaçu, Andrey Bachixta Dias; e da diretora municipal de Educação Infantil, Eliziane Diesel.
PRAÇA DAS NACIONALIDADES - Em Foz do Iguaçu, o projeto trabalhou na região de Três Lagoas, localizada na periferia, onde é registrado crescimento da população imigrante e com poucos espaços públicos disponíveis. A integração de diferentes nacionalidades também permeia o contexto da escola, que tem 13 alunos imigrantes e que já trabalha iniciativas de acolhimento entre eles, integrando as famílias à comunidade escolar.
As 12 crianças que participaram da oficina mesclavam nacionalidades distintas, incluindo brasileiras de famílias estrangeiras. Durante a atividade, elas refletiram sobre como o espaço poderia ser um local de integração – desde uma quadra poliesportiva que permita campeonatos até um espaço aberto para atividades artísticas e culturais que estimulem a diversidade. Ao final da oficina, o nome proposto pelos alunos foi “Praça das Nacionalidades”.
Comentários