Cassinos, loterias e “raspadinhas”: uma união propícia dentro da indústria de jogos

20/11/2020

Cassinos estão bastante associadas aos jogos de cartas e roleta

Algumas das coisas que aparecem em nosso cotidiano podem parecer tão costumeiras e familiares que, em primeira vista, dá-se a impressão de que ela faz parte da história – e consequentemente, de nossas vidas, há muito tempo. Entretanto, nem sempre este é o caso.

A internet é o exemplo mais óbvio disso. A rede mundial de computadores encontra-se hoje tão integrada às nossas vidas, que pode se tornar difícil pensar em tempos em que ela não existia. Consequentemente, torna-se difícil também pensar nas dificuldades de tempo e espaço que enfrentávamos nas décadas pré-internet principalmente no quesito de comunicação, com trocas através de correspondências que poderiam levar meses para ocorrer, e ligações por telefone e/ou fax com custos altíssimos.

É o mesmo “balaio” de um dos jogos mais famosos do Brasil e do mundo: as raspadinhas, ou loterias instantâneas. Os cartões de papelão com uma cobertura em alumínio que precisa ser raspada para se encontrar vários prêmios de se encherem os olhos, são um fato muito mais novo do que boa parte dos jogos que fazem parte não só de casas lotéricas, mas também de cassinos.

Fonte: Free Images

No geral, casas de jogos como cassinos estão bastante associadas aos jogos de cartas e roleta ofertados em suas mesas, e também às máquinas de jogos como caça-níqueis e videopôquer. Estes ainda são em grande parte os “carros-chefes” destes estabelecimentos cujos grandes centros se localizam nos Estados Unidos, mas que também podem ser encontrados em países vizinhos ao Brasil como Argentina, Uruguai e Paraguai.

Entretanto, a indústria de jogos de cassino não se limita a criar somente estes tipos de jogo. De fato, a primeira “raspadinha” foi criada no ano de 1974 pela Scientific Games, uma empresa estadunidense que tem sua origem na Autotote, companhia especializada na criação de painéis em circuitos de corridas de cavalo que mostravam as “odds” oferecidas a cada competidor. Esta companhia se integrou à Bally, que foi a primeira produtora de caça-níqueis da história em 1936.

Assim a Scientific Games continuou a inovar com seus produtos, tanto os de cassino quanto os de loteria. E em 2004, a companhia lança aquilo que seria o primeiro jogo de loteria online nos Estados Unidos.

16 anos mais tarde, e as raspadinhas encontram-se lado a lado dos jogos de cartas em plataformas como a Royal Panda, com opções de “loteria instantânea” que vão de 7 Piggies 5000 a Treasure of Horus Scratch. Enquanto isso, é possível aproveitar de vários jogos de carta como blackjack, pôquer e bacará, alguns deles com a possibilidade de serem jogados ao vivo com um crupiê e um grupo de jogadores espalhados mundo afora – todos conectados através da internet.

Fonte: Pixabay

Ao mesmo tempo, as raspadinhas se tornaram uma das modalidades mais famosas de jogo das casas lotéricas no mundo, e isto inclui o Brasil. No Paraná, a raspadinha disponibilizada nas loterias até 2015 eram da Caixa, mas foram descontinuadas devido ao esforço de privatização engajado pelo Governo Federal à época.

Entretanto, no Brasil existem loterias estaduais que ainda oferecem estes jogos. No Rio de Janeiro, a Loterj oferece uma série de bilhetes de raspadinha cujos prêmios vão desde quantias monetárias, até carros 0km. E a Loteria Mineira também oferece estes bilhetes, com os prêmios monetários de maior valor equivalendo a carros populares e motocicletas aos ganhadores em potencial.

Mas além de poderem oferecer aos ganhadores uma quantia muito bem vinda de dinheiro para ajudar no pagamento das contas, ou na realização de planos de curto, médio e longo prazo, as raspadinhas também tem uma função social altamente relevante para estes estados no Brasil. Afinal, seus lucros são em grande parte alocados para o financiamento de projetos sociais, fazendo assim com que os contribuintes da localidade possam ajudar na manutenção de proteções aos mais vulneráveis através destes jogos.