09/02/2022
Renato Freitas pode responder por quebra de decoro
A Comissão Executiva da Câmara Municipal de Curitiba deve decidir até sexta-feira (11) se aceita os pedidos de abertura de processo de cassação do vereador Renato Freitas (PT), acusado de quebra do decoro parlamentar por ter participado de uma manifestação na Igreja do Rosário, no Largo da Ordem, em Curitiba, no último sábado. Os três pedidos foram apresentados na segunda-feira, sendo um do vereador Éder Borges (PSL), outro do líder do prefeito na Casa, Pier Petruzziello (PTB), e o terceiro, assinado pelos vereadores Marciano Alves e Osias de Moraes, ambos do Republicanos.
A manifestação foi organizada em protesto contra o assassinato do congolês Moise Kabagambe, espancado até a morte no último dia 24, no Rio de Janeiro. Ao mesmo tempo, ocorria uma missa na igreja. Após o final da missa, quando o padre Luiz Hass foi até o local do protesto para reclamar do barulho, os manifestantes decidiram entrar na igreja. Freitas alega que o templo já estava vazio e que os manifestantes deixaram o local logo depois, pacificamente.
O caso dominou os debates na Câmara desde segunda-feira. Dezenove parlamentares repudiaram o episódio e a participação do vereador na ação. Os vereadores que pedem a cassação do parlamentar, porém, afirmam que ele quebrou o decoro ao infringir artigo do Código Penal que prevê crime “impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso”, com pena de um mês a um ano de prisão e pagamento de multa.
Face
O episódio repercutiu nacionalmente. Até o presidente Jair Bolsonaro (PL) se pronunciou afirmando ter pedido aos ministérios da Justiça e Segurança e da Mulher, Família e Direitos Humanos para acompanhar o episódio. “Pedi para acompanharem o caso, de modo a garantir que os responsáveis pela invasão respondam por seus atos e que práticas como essa não ganhem proporções maiores em nosso país”, afirmou o presidente. Na postagem, Bolsonaro reproduz, na íntegra, o vídeo que viralizou nas redes sociais e fez um ataque à esquerda: “Mostra sua verdadeira face do ódio. Um desprezo às tradições do nosso povo”.
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