Bpro formará em dois meses 29 profissionais capazes de usar o BIM em alto nível
- JORNALE
- 1 de out. de 2021
- 4 min de leitura
01/10/2021
Iniciativa foi motivada pelo gap de mão-de-obra com domínio dessa metodologia na construção civil

Capacitar para poder contratar. Essa é uma das finalidades do Programa de Qualificação da Ferramenta BIM, o Experimente BIM (Building Information Modeling), criado pela Bpro Smart Engineering com o objetivo de preparar estudantes e profissionais das áreas de arquitetura e engenharias para o mercado de inovação e tecnologia na construção civil. O modelo utilizado será baseado em atividades práticas para troca de experiência durante o desenvolvimento completo de um projeto. Iniciado em 15 de setembro, terá duração de dois meses de forma híbrida (presencial e online) e completamente gratuita a 29 participantes que passaram por uma seleção de 113 inscritos provenientes de todo o país.
Logo na apresentação inaugural, o time da Bpro mostrou a programação e as aplicações da metodologia em nível bem avançado, diferente do que passou a ser exigido em janeiro de 2021 pelo Decreto nº 10.306, de 2 de abril de 2020, que prevê o emprego da metodologia na execução direta ou indireta de obras e serviços de engenharia realizada pelos órgãos e pelas entidades da administração pública federal. O decreto ainda prevê duas fases, só que muito antes da exigência governamental, a Bpro já usa e avança nas possibilidades dessa metodologia que traz ganhos de eficiência, produtividade e redução de custos. “Estamos experimentando fazer o que está previsto em 2027 no decreto”, explica o CEO da Bpro, Thiago Weingartner. “Uma vez que você usa esse modelo para fazer uma obra de alta complexidade, é difícil voltar para trás. Aspectos de sustentabilidade eu coloco no BIM, tipo de material e eficiência energética também permitem simulações. Precisamos de mais pessoas para pilotar essa quantidade de planilhas eletrônicas que estão surgindo e usar melhor essas informações”, justifica.
O CEO considera que o gap de profissionais com essa formação é bastante grande. “Passamos de dois a três meses preparando um novo contratado para ele poder usar o BIM. Queremos encurtar a curva da aprendizagem até por conta das novas aplicações que estamos fazendo com o BIM, que há tempos utilizamos para projeto, obra, comissionamento, manutenção e operação. Trilhamos esse caminho de aprendizado sozinhos, mas entendemos que é fundamental dividir esse conhecimento”, constata.
Análise sobre a oportunidade
Segundo Enzo Moresco Eckstie, de 20 anos, a aula inaugural surpreendeu, revelou o estudante do 5º período do curso de Engenharia Civil da UFPR. “Fiquei impressionado com a organização e como eles aplicam tanta coisa, em tantas dimensões da obra. Sabia da obrigatoriedade a partir de 2021, mas não sabia que eles estavam tão avançados”, acrescentou o estudante. “Quero aplicar na Empresa Júnior, onde sou o atual diretor de projetos. Penso em crescimento profissional, mas se vier uma oportunidade de trabalho será ótimo”, comentou.
Já Victor Barbosa de Souza, de 20 anos, estudante do 7º período do curso de Engenharia Civil da PUC-PR, além de querer saber como as coisas são feitas, não descarta a possibilidade de conseguir um estágio. “A Bpro é uma empresa que está bastante avançada no uso do BIM no Brasil. Quem não souber nada do BIM, não conseguirá trabalhar. É o futuro da construção civil no Brasil”, acredita.
Vivenciando a gestão de um projeto real na prática
Os participantes do Experimente BIM terão uma experiência prática, trabalhando de casa, durante as etapas de kick-off de projeto, desenvolvimento de modelos, coordenação e trabalho em ambiente colaborativo. Assim como uma gestão de projetos em BIM, os participantes experimentarão os desafios de fazer parte de uma equipe de projeto, trabalhando colaborativamente, utilizando CDEs (Ambiente Comum de Dados) e entendendo como um projeto em BIM é desenvolvido de forma eficiente.
A obra escolhida pela Bpro para colocar em prática os conhecimentos do Programa de Qualificação da Ferramenta BIM, também tem um apelo inovador. Idealizada sob o conceito de short stay (aluguel por curta temporada), o residencial Vibe Power by Housi Altma, promete se destacar no mercado pela missão de propor a moradia por assinatura. O empreendimento disruptivo é resultado da sociedade entre as incorporadoras paranaenses Altma e Hiex Empreendimentos. “Temos o cenário ideal para realizar essa imersão. Todos os envolvidos neste processo estão alinhados com o ganha-ganha que essa iniciativa envolve”, comenta Weingartner.
Sobre a Bpro
A Bpro Smart Engineering começou como um braço da RAC Engenharia e, na sequência, virou spin-off de desenvolvimento de projetos na plataforma BIM, agregando toda a expertise com espírito de startup com a robustez de um negócio consolidado. Possui atualmente nove projetos em andamento espalhados pelo Brasil e conta com um portfólio composto por mais de 150 mil metros quadrados de obras, passando pelos setores de saúde, comercial, industrial e residencial.
Em 2020, a Bpro foi uma das responsáveis pelos projetos emergenciais COVID-19 da Fiocruz, Rio de Janeiro, com a obra de Central de Testagens, Biobanco e Hospital performando mais de 25 mil metros quadrados e impactando milhares de pessoas até hoje. Por se tratar de obras emergenciais, o principal desafio da Bpro foi trabalhar com o cronograma apertado, tarefa que seria impossível de cumprir sem o uso da metodologia BIM. Atualmente, o time da Bpro está à frente de outro projeto emergencial, que contará com a utilização massiva da metodologia BIM e que terá o papel de desenvolvimento dos modelos para compatibilização pré-obra, modelo para utilização em obra, as built e comissionamento final.
Comments