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Bolsonaro cogita filiação ao PP e se aproxima do centrão

Presidente precisa se filiar a um partido para disputar a reeleição



O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse nesta sexta-feira (23) que está a procura de um partido que possa controlar e afirmou que o PP é uma possibilidade de filiação. A sigla é comandada pelo senador Ciro Nogueira (PP-PI), líder do centrão convidado para assumir a Casa Civil, principal ministério do Palácio do Planalto.


“Tentei e estou tentando um partido que eu possa chamar de meu e possa, realmente, se for disputar a Presidência, ter o domínio do partido. Está difícil, quase impossível”, afirmou Bolsonaro em uma entrevista à Rádio Grande FM, de Mato Grosso do Sul, transmitida também por uma das redes sociais do presidente.


Bolsonaro se aproximou ainda mais do centrão em um momento de extrema fragilidade, quando se vê ameaçado por mais de cem pedidos de impeachment e pelo avanço da CPI da Covid sobre supostos casos de corrupção envolvendo o governo.


Além disso, o presidente e seu governo vêm assistindo a uma escalada de impopularidade. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), hoje seu principal adversário, ampliou vantagem nas intenções de voto para 2022 e cravou 58% a 31% no 2º turno, segundo pesquisa mais recente do Datafolha.


Para levar Ciro Nogueira para o governo, Bolsonaro teve que deslocar o general Luiz Eduardo Ramos para a Secretaria-Geral e o atual titular da pasta, Onyx Lorenzoni, para o Ministério do Trabalho e da Previdência, que será recriado a partir de um esvaziamento do Ministério da Economia.


Hoje o governo Bolsonaro tem 22 ministérios, 7 a mais do que os 15 prometidos na campanha eleitoral –sob a gestão de Michel Temer (MDB), seu antecessor, eram 29 ministérios. A administração atual chegou a ter 23 ministérios, mas o Banco Central perdeu este status com a aprovação de sua autonomia.


Um dos objetivos da troca é organizar a base do governo e dar mais visibilidade a ações de Bolsonaro que serão tomadas daqui em diante, como a reformulação do Bolsa Família, considerada peça-chave para a campanha à reeleição do mandatário em 2022.


Antes de ficar fragilizado e se ver obrigado a se unir ao grupo de partidos que têm como uma das principais características o fisiologismo, Bolsonaro e aliados recriminavam o centrão e o toma lá, dá cá.


“Qual é a nossa proposta? É indicar as pessoas certas para os ministérios certos. Por isso, nós não integramos o centrão, tão pouco estamos na esquerda de sempre”, disse o candidato Bolsonaro, em propaganda política antes de assumir a Presidência.


“Se gritar pega ladrão, não fica um, meu irmão”, cantou na campanha de 2018 o hoje ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), general Augusto Heleno.

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