Beto Richa depende da Justiça para garantir vaga na Câmara
- JORNALE
- 3 de out. de 2022
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03/10/2022
Jocelito Canto teve mais votos, mas candidatura está sub-júdice

O ex-governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), conseguiu se eleger deputado federal, porém, a posse ainda depende da Justiça Eleitoral. É que o tucano teve 64.868 votos e ficou em segundo lugar no partido, que só conseguiu uma cadeira na Câmara Federal. O primeiro colocado, o ex-prefeito de Ponta Grossa e ex-deputado estadual, Jocelito Canto (PSDB), que obteve 74.348 votos, está sub-júdice no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Paraná.
Jocelito foi condenado em uma ação civil pública por improbidade administrativa ao ressarcimento ao erário, multa e à suspensão dos direitos políticos por 3 anos. Confirmada a condenação, ele ainda teria somado mais oito anos da Lei da Ficha Limpa. O advogado de Jocelito, Guilherme Gonçalves, no entanto, acredita na elegibilidade.
A situação do PSDB, que governou o Brasil duas vezes com Fernando Henrique Cardoso, e polarizou a disputa nacional com o PT por 20 anos, n]ao é boa apenas no Paraná. O partido saiu do primeiro turno eleição de 2022 com um tamanho menor do que aquele já tinha e perdeu pela primeira vez em 28 anos o governo de São Paulo. Rodrigo Garcia, que fez carreira no DEM (hoje União Brasil) e entrou nas fileiras tucanas apenas no ano passado, ficou em terceiro lugar da disputa e não vai ao segundo turno, que terá Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Fernando Haddad (PT).
Nenhum tucano foi eleito senador neste ano e nenhum governador foi eleito no primeiro turno. O PSDB ainda vai disputar o segundo turno para o governo do Rio Grande do Sul, onde Eduardo Leite (PSDB) vai concorrer com Onyx Lorenzoni (PL), o de Pernambuco, onde Raquel Lyra (PSDB) disputa contra Marília Arraes (Solidariedade), e na Paraíba, onde Pedro Cunha Lima (PSDB) vai enfrentar João Azevedo (PSB). Em todos os três Estados os tucanos chegaram ao segundo turno em desvantagem e ficaram em segundo lugar. Em Mato Grosso do Sul, o tucano Eduardo Riedel disputará o segundo turno com o candidato Capitão Contar (PRRB).
No cenário nacional, o partido decidiu pela primeira vez desde a sua fundação não ter candidato a presidente. A legenda estava na coligação de Simone Tebet (MDB) e tinha Mara Gabrilli (PSDB) como candidata a vice. O partido convocou uma reunião para a próxima terça-feira, 4, e deve liberar os filiados para apoiarem quem quiser no segundo turno – Jair Bolsonaro (PL) ou Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Na prática, poucos tucanos se engajaram na campanha de Simone. A velha guarda se moveu na direção de Lula e os parlamentares colaram em Bolsonaro.
A bancada na Câmara, que já havia diminuído em 2018, agora vai ser de 18 deputados a partir de 2023, contando com os eleitos pelo Cidadania, que fazem parte de uma federação com os tucanos. O instrumento obriga as siglas a terem a mesma posição nas eleições municipais, estaduais e nacionais por no mínimo quatro anos, além de agirem como um partido só no Congresso. Há quatro anos, o PSDB sozinho elegeu 29 deputados. Antes, o partido tradicionalmente ficava com mais 50 e estava em as três maiores bancadas, disputando protagonismo com PT e MDB.
Parte do entorno do PSDB está insatisfeito com a condução do presidente do partido, Bruno Araújo, e diz que ele decidiu se omitir diante de uma bolsonarização do País.
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