13/11/2023
TJPR anulou condenações do Caso Evandro

Beatriz Abagge, uma das condenadas do Caso Evandro que teve o processo anulado pela Justiça do Paraná, foi entrevistada pela apresentadora Patrícia Poeta no programa Encontro, na manhã desta segunda (13). Ela disse que a tortura que sofreu tem que ser investigada e afirmou: “Começa uma nova luta para responsabilizar as pessoas que nos torturaram”.
Na entrevista, Beatriz relembrou que ela e outros acusados, desde o início do caso, falavam da tortura que sofreram para assumir a culpa: “Mas as pessoas riam da gente”. Para Beatriz, ela e os demais envolvidos no caso foram uma “desculpa perfeita” para justificar uma série de desaparecimentos de crianças que aconteciam no Paraná à época. “Muitas crianças estavam desaparecidas. E o estado precisava dar uma reposta. E essa foi a resposta perfeita. Tinha uma pressão. Tinha que achar alguém, um culpado eles que tinham achar. E eles achado um culpado, esqueceram de todas as outras crianças que não foram investigadas até hoje”.
A decisão
O Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) anulou na última quinta-feira (9) as condenações dos acusados pelo desaparecimento e morte do menino Evandro Ramos Caetano, em 1992, em Guaratuba, no litoral do Estado. Com a decisão, a Justiça reconheceu que os réus foram torturados para confessar o crime. Não cabe recurso da decisão.
Os desembargadores da 1º Câmara Criminal do TJ-PR, por 3 votos a 2, absolveram durante a revisão criminal Osvaldo Marcineiro, Beatriz Abagge, filha do à época prefeito de Guaratuba, Aldo Abagge, além do artesão Davi dos Santos Soares e do ajudante e amigo de Marcineiro, Vicente de Paula Ferreira, que morreu em 2011.
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