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Bairro Novo do Caximba será piloto de economia circular em Curitiba

16/03/2022


Esse será o maior projeto socioambiental em execução na capital paranaense



Técnicos e servidores da Prefeitura participaram nessa terça-feira (15) do I Workshop de Economia Circular da Cidade de Curitiba.


O evento faz parte do acordo de cooperação técnica firmado em setembro de 2021 com a Fundação Ellen McArthur, entidade especializada no modelo de economia circular, com sede na Inglaterra.


Esse é o segundo momento de troca entre a fundação e o corpo técnico da Prefeitura em busca de estratégias para a transição da economia circular na capital e a construção da política municipal para o modelo.


“Para essa etapa, a ideia é fazermos um levantamento dos ativos que o município já tem para identificar as oportunidades e potencialidades de implantar essa economia mais sustentável”, explica Ana Jayme, assessora de investimentos internacionais e políticas públicas do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc).


A área escolhida para receber os primeiros programas de aplicação da economia circular foi o Bairro Novo do Caximba.


O maior projeto socioambiental em execução na capital paranaense nos últimos anos tem o desafio de recuperar a área ambiental degradada pela ocupação irregular ao mesmo tempo em que promove moradia digna para a comunidade.


Além disso, o Projeto de Gestão de Risco Climático do Caximba vai conduzir o desenvolvimento social dos moradores da Vila 29 de Outubro, com capacitação e geração de renda.


“Curitiba vive um momento de crescimento urbano em que a infraestrutura pode ser um agente transformador para a economia circular. Temos a chance de conduzir o cidadão para aprender com a indústria, criando celeiros de inovação desse modelo de economia”, disse Daniel Berger, representante da Fundação Ellen McArthur.


Apoiada no tripé design, sustentabilidade e inovação, a economia circular busca soluções que promovam o empreendedorismo de forma sustentável, com uso racional de recursos naturais e sem desperdício. Em Curitiba, iniciativas como o núcleo de design conduzido pela Agência Curitiba de Desenvolvimento e Inovação é um dos principais apoios para a execução da economia circular. Aliados a essa frente, programas como o FabLab (laboratório público de prototipagem), a Fazenda Urbana e as estratégias de Segurança Alimentar e de gestão de resíduos completam a expertise necessária para a construção dos primeiros modelos de economia circular na cidade.


A partir da exposição do Projeto de Gestão de Risco Climático do Caximba pelo arquiteto Mauro Magnabosco e a condução das ações sociais no território, compartilhado pela diretora de relações comunitárias da Companhia de Habitação Popular de Curitiba (Cohab), Meiri Morezzi, os servidores da Agência Curitiba, Fundação Cultural de Curitiba, secretarias municipais de Educação, Meio Ambiente, Obras Públicas, Segurança Alimentar e Nutricional, Fundação de Ação Social, Unidade Técnico-Administrativa de Gerenciamento (Utag) e Procuradoria-Geral do Município foram envolvidos em grupos de trabalho.


Ações na Vila 29 de Outubro


Com base nas informações socioeconômicas das famílias, como renda, quantidade de mulheres únicas provedoras, número de coletores de materiais recicláveis, entre outras, a Cohab traçou perfis a fim de sensibilizar a comunidade quanto ao conceito de economia circular, para auxiliar no desenvolvimento de cadeias produtivas por meio de ações práticas.


“Fomentamos a produção de hortas individuais e comunitárias, a formação de associação de catadores de resíduos sólidos recicláveis, capacitação para o manejo de composteiras, e em especial a ideia de um banco de materiais de construção”, explica Meiri.


Também serão implantados um platô para o plantio de flores, a ser administrado pela comunidade e um barracão do projeto EcoCidadão, para a separação dos recicláveis.


Nesta quarta-feira (16/3), os grupos de trabalho irão até a Vila 29 de Outubro para conhecer as potencialidades e os exemplos de economia circular informal que já existem e que foram mapeados pelo serviço social da Cohab. Histórias como a de um morador que tinha um ferro-velho e hoje compra materiais de construção usados para revender, estimulando a reciclagem de resíduos e gerando emprego.


Foto: Lucilia Guimarães/SMCS



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