08/12/2023
O aquário da cidade é mais um ponto turístico para os passageiros que desembarcam no litoral paranaense
Os olhos do pequeno Cauã Lucas dos Passos, de 6 anos, brilharam quando ele deu de cara com os três pinguins que moram no Aquário de Paranaguá, no Litoral, desde 2018. “Eles são muito fofinhos e brincalhões”, diz o jovem turista de Curitiba, um apaixonado pelo universo marinho capaz de citar tubarões, raias e tartarugas com a desenvoltura de fazer inveja a muita gente grande.
A alegria do garoto é compartilhada por milhares de pessoas que visitam mensalmente o espaço de 2 mil metros quadrados voltado para a educação ambiental e a preservação da natureza. O local é administrado pelo Instituto Água e Terra (IAT) em parceria com a iniciativa privada.
Conta com 507 animais de 93 espécies diferentes expostos em tanques e aquários nos dois andares do prédio, com predominância do peixe Corcoroca-Legítima, também conhecido por Corcoroca de Praia (Pomadasys corvinaeformis).
“O aquário tem uma importância significativa, já que oferece educação e interpretação ambiental aos visitantes, conhecimento científico. Faz com que a sociedade entenda a necessidade imediata de mudança de comportamento para a preservação do planeta”, destaca o diretor de Patrimônio Natural do IAT, Rafael Andreguetto.
Incentivo ao turismo sustentável que ganha ainda mais importância com a mudança de status vivida por Paranaguá. Desde o início do mês, o porto da cidade passou a ser um destino dos cruzeiros internacionais com a inclusão do Paraná como ponto de parada das viagens de navio pela América do Sul. A distância entre o local de desembarque dos cruzeiros e o aquário é de três quilômetros.
“Receber turistas de fora é ótimo, movimenta a cidade. Vai impulsionar não só o aquário, mas também todo o centro histórico da cidade”, afirma a administradora do Aquário de Paranaguá, Carolina Virga. “Há também outro ponto importante, que é a necessidade de capacitação dos moradores para proporcionar um atendimento melhor aos visitantes, causando um impacto social à cidade”.
Movimentação que já se vê nas bilheterias do complexo ambiental. Também morador de Curitiba, o técnico em Eletrônica, Gilson Roberto Pytlowanciv, de 56 anos, desceu a serra para desbravar pela primeira vez o aquário e aprender mais sobre a natureza marinha.
“É uma oportunidade de conhecer espécies, já que para você realmente ter conhecimento sobre espécies marinhas precisa mergulhar no habitat nativo ou visitar um aquário como essa”, diz. “O espaço serve como refúgios de animais capturados e que não têm condições de voltar para o habitat natural, seja por lesão ou por ter ficado muito tempo confinado. É a forma de terem vida digna”.
De acordo com o mais recente relatório elaborado pela direção do complexo, de 2022, e encaminhado ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), o aquário recebeu 18 répteis, entre eles o jacaré-de-papo-amarelo (1), jiboia (2), cobra do milho (2), jabuti-comum (1), jabuti-piranga (3), tartaruga cabeça de sapo (1), cágado-de-barbicha (2), aperema (2) e tartaruga de orelhas vermelhas (4). Animais que sofreram algum tipo de agressão, resgatados ou apreendidos como órgão ambientais como o IAT.
“O jacaré de papo amarelo, por exemplo, foi resgatado no Guarujá (SP). Algumas cobras foram apreendidas porque o tutor não tinha autorização ambiental para a criação”, explica Carolina.
“O pessoal conhece muito os animais no prato de comida, como o cascudinho, que é o baiacu, o bagre e vários outros. E aí quando vêm aqui no aquário, as pessoas conseguem enxergar esse animal na natureza, saber curiosidades sobre eles e criar esse conceito da educação ambiental”, complementa.
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