03/07/2024
Presidente convocou toda a equipe econômica para reunião de emergência nesta tarde

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quarta-feira (3) que "responsabilidade fiscal é compromisso" e que seu governo "não joga dinheiro fora". As declarações foram dadas no contexto de uma forte reação do mercado financeiro aos recentes ataques do presidente da República ao presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto.
"Aqui, nesse governo, a gente aplica o dinheiro que é necessário, a gente gasta com educação e saúde, naquilo que é necessário. Mas a gente não joga dinheiro fora. Responsabilidade fiscal não é uma palavra, é um compromisso desse governo desde 2003. E a gente manterá ele à risca", disse Lula.
A movimentação do mercado financeiro levou a uma disparada do dólar que também mexeu com as estruturas do governo, obrigando o presidente a reunir os ministros da Fazenda, Fernando Haddad; do Planejamento, Simone Tebet; da Casa Civil, Rui Costa; e da Gestão e Inovação, Esther Dweck, para uma reunião às pressas na tarde desta quarta-feira (3), no Palácio do Planalto.
Um dos pontos centrais da responsabilidade fiscal é o equilíbrio entre a arrecadação e os gastos públicos. A situação das contas públicas é algo que é acompanhado Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, responsável por definir a taxa básica de juros, a Selic.
Lula tem resistido ao corte de gastos. Em entrevista nesta semana, o presidente chegou a dizer que é necessário avaliar "se a saída é o corte de gastos ou um aumento na arrecadação".
Nas críticas recentes feitas ao presidente do BC, Lula disse que o banco está mantendo a Selic (taxa básica de juros) em patamares altos — atualmente 10,5% ao ano — sem necessidade. E que isso prejudica o crescimento do país, uma vez que fica mais caro captar dinheiro no sistema financeiro.
Por outro lado, o BC diz que o governo não cumpre a contento sua função de controlar os gastos públicos. Com isso, o risco de inflação persiste, o que exige juros mais altos.
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