29/07/2023
Ao longo da costa de recifes de Florida Keys, dezenas de pesquisadores trabalham contra o tempo

O sul da Flórida enfrenta uma catástrofe. Ao longo da extensa costa de recifes do arquipélago Florida Keys, dezenas de pesquisadores trabalham contra o tempo para resgatar os corais dos recifes, que correm o risco de morrer devido ao grande aumento da temperatura do oceano.
Funcionários de organizações locais navegaram diariamente nas últimas duas semanas até os viveiros que instalaram no mar. O objetivo é coletar amostras de cada espécie de coral antes que seja tarde demais.
A finalidade da força-tarefa é mantê-los a salvo em diversos laboratórios da região, onde serão conservados em tanques com água salgada na temperatura ideal para eles.
Esses seres vivos sobrevivem entre as temperaturas de 21 e 28,8 ºC, explicou o coordenador de tecnologia da ONG Coral Restoration Fundation, Alex Neufeld.
Mas se o mar está quente demais, os corais expulsam as zooxantelas — algas que vivem em seus tecidos e fonte de alimentação, energia e coloração.
Os corais ficam brancos quando isso acontece, um sinal de que correm risco de vida caso a condição do ambiente não mude.
As temperaturas da água no estreito da Flórida ultrapassaram os 32 ºC há dias. A baía Manatee bateu seu recorde na última segunda-feira (24), marcando 38,38 ºC.
"A água morna não é boa para nenhum organismo marinho, sejam corais, peixes, lagostas", diz Neufeld. "Portanto, corremos o risco de ver mortes em massa de peixes, tartarugas marinhas" e outras espécies.
A magnitude do branqueamento dos corais e o fato de ter ocorrido tão cedo, com grande parte do verão ainda por vir, são as maiores preocupações dos cientistas.
O recife da Flórida, um dos maiores do mundo, se estende por cerca de 580 quilômetros das Ilhas Dry Tortugas — 110 quilômetros a oeste de Keys — até St. Lucie Inlet, a quase 200 quilômetros ao norte de Miami.
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